
Ontem, assistimos ao Programa Linha Direta, da Rede Globo, sobre o acidente com o Césio, em Goiânia, há 20 anos. Espantei-me pois, para mim, é como se esse acidente tivesse acontecido há alguns anos apenas. Porém, os anos galopam...Fiquei chocada por dois motivos: um social e outro particular. O social é que foi algo tão absurdo causado pela irresponsabilidade de alguém que largou a tal cápsula radioativa num ferro velho (!!!!!) que a história, infelizmente verdadeira, parece saída de romance de ficção científica...imaginem centenas de pessoas adoecendo pelo simples fato de terem pegado um ônibus cujo motorista teve a infelicidade de ter algum contato com o material radiativo, sem saber de seus danos. Imaginem tantas e tantas pessoas num estádio sendo examinadas por aquele aparelhinho estranho e várias delas tendo que deixar suas roupas ali. E as pessoas que tiveram contato mais direto com o estranho material fosforescente sem saber de seu perigo, inclusive crianças, e morreram tempos depois ou ficaram com sérias sequelas ou mesmo câncer? É de doer o coração rememorar esses fatos e uma das cenas que mais me marcaram pela TV foi a dos homens vestidos com aqueles macacões enormes examinando as pessoas com aqueles aparelhinhos para detectar radiação. Quem poderia imaginar que algo assim aconteceria em pleno interior do Brasil?
O motivo particular é que 1987 foi o meu primeiro como coralista da Serenata de Natal, o grupo ao qual me referi no post de ontem. E naquele ano, o coral foi cantar em Goiânia. Não sei porque tenho poucas lembranças daquele dia. Recordo-me vagamente do coral cantando ali, em frente ao hospital onde estavam internadas algumas vítimas do césio, do outro lado da rua, e algumas pessoas nas janelas assistindo. Peço até que, se algum colega que esteve no grupo naquele ano, conseguir lembrar de mais detalhes, que venha aqui contar.
Foi um ano marcante para mim também, aquele de 1987. Particularmente foi uma "enxurrada" de acontecimentos.
ResponderExcluirFoi o ano do meu primeiro emprego (foi em junho); com isto, menos tempo para estudar (eu ainda era aluno da UnB na Engenharia Civil), menos tempo para a Serenata (Eu, Spock e acho que o Johnny éramos os mais presentes na época).
Pude comprar minha primeira câmera fotográfica e também minha primeira calculadora super-avançada para engenharia (era a HP41-CV que tinha recursos incríveis para a época). Ironicamente, por causa de um motorista de ônibus, enquanto eu desci para abrir a sala dos donativos que ficava ao lado anf. 9, o dito motorista levou o ônibus embora junto com a minha mochila e minha super-hiper- calculadora- cheia-de- recursos- para-alunos- de-engenharia. .. Tristeza, revolta e depressão à parte, felizmente as minhas fotos daquele dia se salvaram, pois os filmes estavam na minha máquina e nos bolsos do meu super-hiper- maravilhoso- indestrutí vel casaco preto de forro roxo (alguém se lembra dele?).
Para a minha surpresa, por causa disto houve uma das oportunidades que me ajudaram a lembrar a dimenwsão da Serenata: alguns serenautas fizeram uma vaquinha secreta e num evento-surpresa me presentearam com uma nova super-hiper- calculadora- cheia-de- recursos- para-alunos- de-engenharia HP41-CV!!!
Foi um dos momentos mais felizes para mim que a Serenata proporcionou.
Lembro-me da viagem para Goiânia e do almoço-quentinha- quase-frio numa praça da cidade onde havia um Papai Noel inflável gigantesco e das nossas apresentações daquele dia, e até mesmo na noite, logo após a banda da PM local e sermos anunciados de uma maneira estranha pelo apresentador.
Lembro-me também que alguns tinham medo de cantar em áreas próximas à rua onde ocorreu a tragédia, e que havia entre quatro e seis ônibus que formaram o nosso comboio até lá.
Cantamos também no Parkshopping deles (tinha outro nome mas era do mesmo grupo).
1987... foi o ano em que houve confusão com as camisetas, fornecidas pela Assinfra? vou me certificar.
Para quem não conhece a história da camiseta da Assinfra, aguarde pois contarei em outra mensagem.