Voltamos ontem do Peru. Ainda estamos num cansaço enorme mas, como há vários dias não dou as caras por aqui, resolvi retomar minhas narrativas viajandeiras hoje. Apesar do cansaço, confesso que adrenalina vicia. Depois de tanto margear precipícios assustadores e belos a pé, de carro ou de ônibus; subir montanhas a 3 mil, 4 mil metros com minhas pobres pernas; fugir de paros nas estradas (bloqueios) de indígenas, cocaleiros, trabalhadores de minerias e de transporte e até mesmo atravessar um pequeno abismo de cerca de 15 metros na selva peruana sentada numa pequena armação de ferro sem portas conduzida por uma roldana, confesso que estou achando tudo tranquilo demais aqui em Brasília.
Tenho medo de um montão de coisas. E sempre que vou ao Peru sinto um misto de alegria profunda, ansiedade e medo. Parece que vários acontecimentos durante a viagem me colocam em teste, de propósito. É um pouco aquele lance do "tudo ao mesmo tempo agora": o aprender a lidar com a resistência física e psicológica. Às vezes você acha que não vai dar pra fazer tal coisa, mas, sabe-se lá como, talvez instigado pela beleza dos lugares, você acaba fazendo...E como é bom depois olhar para trás e sentir um gostinho de vitória íntima, como nos episódios nos quais a gente consegue subir montanhas altas, mesmo com Soroche (mal das alturas). Sempre há uma espécie de recompensa ao final, como paisagens belíssimas, que muitas vezes só vê quem consegue chegar em determinado ponto.
Porém, na tal subida ao Wayna Picchu, a "montanha principal" de Macchu Picchu que está aí na foto, resolvi me precaver e não fui com os meninos. É aquele lance de saber ousar, mas tendo consciência de seus limites. Como eu já havia visto no Youtube alguns videos mostrando como é a subida ao Wayna e já tinha sacado em outras idas à Macchu Picchu que aquela montanha era muito íngreme, decidi não ir. E então fiquei curtindo as ruínas lá embaixo, enquanto eles se lançaram em mais esta aventura que Humberto conta no post anterior. Para quem não entendeu onde os meninos subiram, eles chegaram ao topo dessa montanha aí da foto. Quem sabe um dia não consigo chegar lá também?
OBS: Na foto do post anterior, a "mancha" que se vê atrás do Humberto é Macchu Picchu, vista do alto do Wayna Picchu...
Crédito da foto: Humberto.
3 comentários:
Adorei essa foto!!! A propósito, Wayna Picchu é a logo atrás de vc ou a q fica atrás da q está atrás de vc???? Nossa!!! COnfusão... rsrsrs.... Enfim, a mais próxima a vc ou a mais distante??? :-P
Viajar é um prazer para mim, mas viajar acompanhado da Sil e do Humberto é mais que prazer é acordar sabendo que passará o dia rindo e se divertindo com duas almas energeticamente fantásticas... não vejo a hora de embarcar novamente!!!!
Sil, apesar de ser algo tentador, acho que eu ficaria lá embaixo com vc. Sua foto está linda; para mim, já valeria a pena estar ali.
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