Não podemos fazer tudo, mas podemos aproveitar tudo o que fazemos!Não alcançar o topo não tira a beleza da paisagem vista do meio da montanha. Seria bom se todos pudessem apreciar as belezas do mundo, mas infelizmente muitos não têm dinheiro, e alguns outros só têm dinheiro...Aproveitando para fazer jus ao título de colaborador deste blog, vou dar um descanso prá Sil hoje e tentar substituí-la à altura, guardadas as devidas "proporções", eh eh!
No último domingo, dia 14.09, fui curtir um de meus poucos
hobbies egoísticos: correr de kart! O kartódromo é fraquinho, os karts também, estávamos apenas em 6 pilotos, mas a corrida foi dura, disputadíssima, e eu, que já tinha ido correr com um baita torcicolo, terminei também com os braços e costas doloridos... Mas com uma sensação que não vivenciava há tempos: orgulho de ter feito o melhor que eu podia, somado ao orgulho de ter perdido para alguém que também fez o melhor que podia, e o melhor de tudo foi ver que em nenhum momento a atitude de um buscou diminuir a do outro, pelo contrário, quanto melhor um ia, mais o outro melhorava também, e assim ambos chegamos ao final vencedores! Ele um pouco mais que eu, apenas, mas em momento algum me senti "perdendo" algo... E é bom aqui que não se confunda orgulho com soberba! Sei que posso melhorar, e sei que tem gente bem melhor que eu, mas estou certo que, dadas as condições, "combati o bom combate"!
Resolvi postar este texto simplesmente por causa disso: estou contente, e por uma coisa tão simples! Mas isso é algo cada vez mais raro nos dias de hoje, onde exigem que as pessoas sejam autômatos perfeitos, insensíveis, tristemente iguais. Quem nunca ouviu um
"olha, fulano fez isso, é melhor você fazer também, senão vai parecer que você não está se empenhando..." , ou algo mais deprimente, tipo
"é, 110% da meta alcançada, mas não se orgulhe não, você não fez nada além do que a sua obrigação"...
Pôxa, as pessoas são diferentes, sentem diferentemente, pensam de forma distinta, têm desejos, anseios e limitações das mais variadas formas e intensidades!
Porquê diabos não podemos ficar felizes em chegar em 2º sem que nos considerem um perdedor?! Eu fiz meu melhor, sei que progredi, estou feliz sim!
Porquê não podemos nos contentar com o cargo que temos, sem que outros fiquem nos rotulando de acomodados por não termos a "ambição" de "subir na carreira"?! As pessoas não deveriam viver prá trabalhar, e sim trabalhar prá viver! Para algumas, trabalhar é viver, e isso é ótimo para elas e para seus patrões, mas para outras (ouso dizer que são a maioria), viver é muito mais! Curtir a família, os amigos, a casa, os prazeres da vida! E para atingir esses anseios, não é preciso ter e ter e ter cada vez mais! Por vezes permanecer onde estamos é suficiente, diria até que é o ideal. Alguns infelizes teóricos deram a isso o nome de "zona de conforto", e cismaram que isso é ruim para homens e empresas! É o mesmo que dizer que o auge de nossas vidas seria morrer de ataque cardíaco aos 20 anos, pois não deveríamos nunca deixar nosso coração "se acomodar" com reles 80 batidas por minuto, ele precisaria bater mais e mais, até pifar, mas sem sem acomodar! Ora, convenhamos... Se todos fossem feitos para ser chefes, eles comandariam quem?!!! Humpf!
Porquê não podemos fazer algo simplesmente por gostar de fazer, sem ter sempre que ouvir alguém perguntar "mas o que é que você ganha com isso?!" E precisamos sempre ganhar coisas "palpáveis"?! Bem-aventurados aqueles que se sentem "realizados" ao dar ou, melhor ainda, ao receber um singelo sorriso...
Longe de querer ser ou dar exemplo do que quer que seja, meu único objetivo hoje é questionar:
você sente orgulho do que faz, quando sabe que fez bem feito, ou precisa que os outros encham sua bola?!
Experimente confiar um pouco na sua "auto-avaliação", é saudável e muito bom prá alma!Crédito da foto: eu mesmo.
A estátua de Gabriela Mistral numa pracinha em Valparaíso, 
