Adoro as cigarras. Nesta época do ano elas se convertem em minhas companheiras sonoras e fiéis. Ontem uma delas foi tão fiel, mas tão fiel, que resolveu entrar aqui no apartamento e cantar para mim bem de pertinho. Porém, não percebi de imediato sua presença por meio de seu canto mas sim de barulho de panelas e outros utensílios caindo na cozinha e área de serviço.
Achei estranho aquele estardalhaço fora de hora e fui ver do que se tratava. Lá chegando, vejo a MaluCat Valentina e a Pantera super atentas, procurando algo. Dali a pouco, escuto o canto meio abafado de uma de minhas companheirinhas. Só escuto. Não faço idéia de qual lugar ela escolheu para se esconder na área de serviço. Resolvo então recorrer ao SOS Cigarras, cujo chefe aqui em casa é o senhor Humberto. Prontamente ele vai à área, consegue descobrir o paradeiro da pequena cantora audaciosa que, por sorte, ainda estava inteira e com asas. Toma a dita cuja cuidadosamente em seus dedos e a liberta pela janela da sala.
Aviso às senhoras cigarras: adoro vocês, vocês me adoram, mas não entrem aqui. Esse amor deve ser platônico. As chances de saírem vivas de um apartamento com vigilância felina são mínimas.
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