terça-feira, 19 de agosto de 2008

Comemos sushi com abacate em Santiago


Até alguns meses atrás, nunca havia me imaginado comendo sushi e sashimi. Muito menos sushi com abacate. Há alguns meses comecei a adorar comida japonesa. Quem me ajudou nessa quebra de paradigmas pessoal foi a amiga Ana Paula, psicóloga, que provavelmente utilizou seus dons profissionais sem eu perceber para me convencer a mudar alguns parâmetros de sabores. Valeu a pena, Ana! Atualmente, há dias em que chego a ficar com fissura para devorar sushis e sashimis, quem diria...

Como não poderia deixar de ser, resolvemos provar comida japonesa no Chile. Como a experiência com comida mexicana lá foi ótima, fiquei curiosa então para ter uma experiência oriental ali, ao lado dos Andes. Fomos num restaurante chamado Sushita, em Santiago. Aí veio a surpresa: vários sushis com palta (abacate). E não é que tanto eu como Humberto gostamos dessa novidade globalizada com gostinho latinoamericano? Iguaria aprovadíssima!Deixo aqui a sugestão para o pessoal dos restaurantes japoneses de Brasília fazerem coisa parecida.

Crédito da Foto: Humberto.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Homem que é homem chora, sim senhor!

A medalha de ouro de Cielo Filho nos 50m Nado Livre, este final de semana, nas Olimpíadas de Pequim, foi muito emocionante. Tanto pela vitória em si, como pelo choro de Cielo. Achei o máximo pois, para mim, homem que é homem de verdade chora, sim senhor!

É incrível: já estamos no século XXI e essa cultura machista ainda teima com aquela besteirada de que homem não pode expor seus sentimentos publicamente em forma de lágrimas...

Admirei a liberdade que Cielo teve e também outros tiveram, de deixar a água escorrer de seus olhos. Admiro inclusive aqueles que caíram em prantos porque tiveram de passar por uma derrota. Fico imaginando a frustração de terem se esforçado e não conseguirem se apresentar como gostariam em Pequim. Cada um tem seu mérito e sua história profissional de luta para terem chegado até ali.


Garotos, chorem, sem medo! Seja por tristeza ou felicidade...É muito bonito ver um homem chorar.



Crédito da foto: Reuters/Agência.

sábado, 16 de agosto de 2008

"Chilenos", "cubanos", "italianos" e até o "Cu" chileno: sucessos absolutos!

Nessas viagens, um de nossos divertimentos é brincar com a diversidade de sentidos de várias palavras entre diferentes idiomas. Desta vez, comemos um "Chileno", um "Cubano" e muitos "Italianos". Todos muito gostosos! Passamos por uma agência do Rabobank (o que será que eles guardam nesse banco? será que é possível abrir uma poupança no Rabobank?!) em Viña Del Mar, e depois de tanto descer o Chile fomos dar em Puerto Varas!! Porém, nada se compara à legenda explicativa da pedra da foto abaixo e aos dizeres do canto superior direito do cartaz mais abaixo, que se referem a um dos maiores orgulhos daquele país: o "Cu" Chileno, exaltado até em prosas e versos do poeta Pablo Neruda (Oda al Cobre é um exemplo).

´Calcosina em Cu Nativo`


Mas calma, gente, calma! Antes que vocês pensem mais besteiras, o "Chileno" é uma espécie de "sanduíche" de "manjar" (doce de leite) e biscoitos de água e sal bem grande. O "Cubano" (que o Humberto está curtindo aí ao lado) é uma casquinha parecida com nosso biju, recheado com manjar ou chocolate. O "Italiano" é um tipo de cachorro-quente com maionese, molho de tomate e abacate, ingredientes cujas cores são as mesmas da bandeira da Itália, por isso o nome (do jeito que são convencidos, alguns italianos devem achar que é por causa da salsicha de 30cm que vem no sanduíche...).

Quanto ao "Cu", para quem não é chegado numa tabela periódica, esse é o símbolo do COBRE. Atenção, eu escrevi C-O-B-R-E, viu? É a principal riqueza mineral do Chile, presente em vários produtos, desde fios de telefonia até pulseiras e anéis vendidos em feiras de artesanato. Para nossa surpresa, vimos numa exposição até mesmo meias e toalhas com fios de cobre entremeados no tecido, que possuem ação antibactericida e resolveriam os problemas da mocinha terrorista do ônibus, da história do post de ontem.

É, pelo visto em breve estaremos todos, de uma forma ou de outra, usufruindo dos benefícios do "Cu", seja ele chileno ou não.

Crédito do texto: eu com a ajuda inspiradora do Humberto (tinha de ser, claro...)
Crédito das fotos: os mesmos.
OBS: para ver as fotos em tamanho maior, clique em cima delas.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Para ser terrorista no ônibus basta tirar os sapatos

Hoje vou abrir um parêntese nas narrativas de viagem para registrar um fato pitoresco ocorrido outro dia num ônibus aqui em Brasília. Claro que conto o milagre mas não a santa, senão apanho.

A moça pediu licença para a outra que estava sentada no assento do corredor, a fim de ocupar o da janela. Como esta fez apenas um mínimo movimento para que ela pudesse entrar ali, ficou incomodada e resolveu "se vingar", em seguida, adivinhem como...

Muito simples: sentou, tirou os sapatos e ficou sem eles até o momento de se levantar para descer do ônibus. Imaginem o estado desses pés aprisionados no calçado durante um dia inteiro de trabalho. Tomara que essa moda contra a falta de cortesia nos ônibus do DF não pegue, senão daqui a pouco teremos que andar com máscaras de oxigênio ao entrar nesses veículos.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Já que o mar não estava prá peixe, fomos de comida mexicana!

Se pela manhã, naquele dia, não conseguimos ver o mar, no final da tarde e à noite conseguimos fazer isso. Fizemos uma longa caminhada pela orla, enquanto apreciávamos o mar bravo e as ondas arrebentando com força na areia. Aliás, por conta disso é que foi difícil eu conseguir colocar as mãos na água. Tinha receio de tomar um banho inesperado, de casaco, botas e cachecol...no final das contas cheguei "na beiradinha", molhei meus dedos e voltei correndo para evitar desconfortos.

Adoro praia com sol bem quente, é o paraíso! Aliás, é uma das únicas situações nas quais gosto de sol. Mas caminhar na praia em pleno inverno, numa temperatura em torno de 8 graus, também é uma atividade prazeirosa, pelo menos para mim e Humberto. Acho que a praia num dia invernal tem seu charme especial, seu mistério, não sei explicar. Tenho a impressão que Deus está refletindo, num dia assim. Aliás, dias nublados, para mim, combinam com música dos Beatles, não sei porque. Mesmo estando no Chile.

E mesmo estando no Chile, resolvemos, à noite, comer num restaurante mexicano, para repor as energias gastas nas caminhadas praieiras. Que delícia! Caso algum leitor viaje para lá, recomendamos. É o Hot Chili Peppers, na calle 6 Poniente, 276. É fácil de achar, fica bem perto do McDonald's que está ao lado do Cassino: saindo dele e indo em direção ao centro pela calle 3 Norte, é na primeira rua à direita. Aproveitem!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Na falta do azul, consolei-me com o verde


Coqueiros com escoliose...
Árvore com poema...


Ao reler meu texto do domingo, achei-o meio sem graça, confesso. Para fazer justiça ao lugar, resolvi colocar mais algumas fotos da Quinta Vergara, lugar no qual se localiza o anfiteatro onde é realizado o Festival de Viña del Mar.

Sempre ouvi falar desse Festival, mas não fazia idéia de como era seu ambiente físico. Na TV, só via cenas dos artistas se apresentando, em alguns documentários. Fora o palco, seu entorno para mim era uma incógnita. De repente, o mistério é desvendado e esse entorno ganha contorno (pra rimar), cores, cheiros e sons.

Tenho paixão por parques e praças bem verdes, com banquinhos, árvores, estátuas. A Quinta Vergara foi meu consolo numa manhã em que eu queria ver o mar, mas isso era quase impossível em virtude da intensa neblina invernal que fazia ali por perto. Na falta do azul, consolei-me com o verde. E ainda me diverti apreciando alguns coqueiros com escoliose maior que a minha.

Quem quiser saber mais sobre o Parque, pode consultar o site da Quinta Vergara (em espanhol, claro!).

Crédito das fotos: as que eu estou, Humberto. As que eu não estou, fui a fotógrafa.



Caminhando pela Quinta Vergara...Humberto em frente ao Palácio Vergara, onde fica o Museu de Belas Artes de Viña

terça-feira, 12 de agosto de 2008

A Feira Escambau faz dois anos

Aniversário de 2 anos!
Local: 110 norte, bloco D — atrás do Raízes

Horário: das 14h às 18h
Som: DJ Rud

A feira é uma forma de dar outro destino aos produtos que não são mais necessários para você, mas que podem ter muito valor para outras pessoas, permitindo a reciclagem socioambientalcultural. Não é permitida a venda de produtos.
O pessoal da Escambau aceita doações. Os livros e os artigos de vestuário doados irão para instituições beneficentes.
Se você tem mais de 20 itens para trocar, pode reservar um estande gratuitamente, enviando um e-mail para
feiraescambau@gmail.com .

Realização: Trilha Mundos - Projetos Socioambientais (www.trilhamundos.com.br)

domingo, 10 de agosto de 2008

O lugar do Festival de Viña del Mar

Esta é a placa do anfiteatro de Viña del Mar.

O post de hoje é em homenagem aos amigos músicos. Nas fotos, o Anfiteatro no qual é realizado anualmente, em fevereiro, o famoso Festival de Viña del Mar, desde 1960. Fiquei surpresa, pois pensava que o ambiente do Festival fosse um recinto fechado, mas é ao ar livre e fica no bonito parque Quinta Vergara.

O palco do anfiteatro, no qual se apresentam os músicos nos famosos festivais de Viña del Mar. As arquibancadas nas quais o povo se instala para assisti-los.


Crédito das fotos: Humberto.

sábado, 9 de agosto de 2008

Fanta fosforescente!

A Fanta deles é mais brilhante que a nossa!

Na foto, até que não tá parecendo tanto, mas na vida real
esse cone brilhava tanto quanto a Fanta!

Para não matar vocês de frio e de tédio, vou altenar por aqui episódios patagônicos com santiaguinos e litorâneos, além de curiosidades chilenas em geral. Eu mesma já estava me cansando até das fotos que estou colocando por aqui, nas quais, invariavelmente, predominavam o branco da neve e do gelo e o laranja de nossas roupas. Necessito de alguma variação estética por aqui. Aliás, por falar nesta cor, lembrei-me de algo peculiar. A Fanta do Chile me pareceu ter uma tonalidade um tanto quanto fosforescente, não sei se a foto acima vai conseguir retratar isso. Às vezes eu tomava esse refrigerante meio desconfiada, mas pelo menos o gosto era normal.
Se alguém souber me responder o que colocam nesse Refri para ter essa cor, agradeço. Desconfio que usam o mesmo corante para tingir cones do Departamento de Trânsito e as roupas de escalada de uma agência de turismo lá de Pucón.

Crédito das fotos: Humberto.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O Primeiro Encontro com a Neve - Parte 2

O Vulcão Villarica, visto desde Pucón


A escalada parcial no Vulcão Villarica, perto de Pucón, foi bem mais sofrida do que eu imaginava...aqui o problema não foi a grande altitude,como foi o caso de nossa subida no Monte Calvário lá na Bolívia, em 2006, onde fizemos a travessura de subir montanha a 4000 metros. No Villarica, chegamos a, no máximo, uns 1300 metros só. Acredito que, pelo menos no meu caso, o que pegou foi a novidade do ambiente, agregada ao peso da roupa e dos calçados. Dia desses li numa reportagem o comentário de uma alpinista brasileira dizendo que as botas duplas de escalada com os grampones pesam mais ou menos uns 4Kg, em cada pé. Junto com o peso da roupa, incluindo o capacete, estava com, portanto, mais de 10kg extras em meu corpo (!!!!).

A neve e o gelo são lindos demais, mas confesso que me ocorreu algo meio estranho, em alguns momentos: uma certa angústia de estar mergulhada num branco sem fim e até mesmo um pouco de sensação de "afogamento". Porém, isso era mais fácil de lidar. Difícil mesmo era trabalhar psicologicamente o cansaço e a dificuldade de respirar. Acho que não tenho um "Distúrbio Obstrutivo Ventilatório Leve", como me diagnosticaram, mas sim uma Asma mesmo... eu procurava não parar minha caminhada já lenta, mas às vezes era inevitável. Tinha de descansar uns segundos para pegar fôlego. Só uns segundos...Humberto me dizia que se parasse por minutos já seria o suficiente para os músculos esfriarem e então seria pior (!!!).

O guia havia nos orientado para carregar o Piolet na mão que estivesse do lado mais alto da montanha, pois nossa caminhada não era em linha reta e esse tal lado sempre se alternava. Com o cansaço que eu estava, minha mente já não conseguia distinguir qual era o "lado mais alto da montanha" e como eu seguia na frente, Humberto sempre me cutucava quando estava segurando o instrumento do lado errado (quase todas as vezes). A importância de segurar o Piolet do lado certo é a seguinte: se você tropeçar, cair ou coisa parecida, deve fazer um movimento rápido para fincar a ponta dessa ferramenta no gelo, ficar seguro e não sair rolando vulcão abaixo. Pensava: "Puxa, se acontecer comigo será que conseguirei lembrar como usar essa coisa no gelo?"

E não era só isso...vinham-me tantas idéias aterrorizantes em minha mente que, depois de passado o episódio, rio sozinha só de lembrar. Imaginava eu tropeçando na neve e causando avalanches, arrastando comigo um monte de pobres inocentes pelo caminho. Ou então, eu caindo e rolando sem parar, ou melhor, parando sim, mas soterrada num montão de gelo e sem poder respirar. Ou ainda eu rolando na neve e esbarrando com toda a força num tronco seco...e assim por diante. Isso sem contar com minhas "viagens mentais", nas quais imaginava aquela pacífica fumacinha que saía de maneira intermitente do Vulcão se transformando de repente em lava.

Mas engraçado mesmo foi em certo ponto da subida, quando, no horizonte, vimos uma imagem belíssima: estávamos acima de algumas nuvens (!!!). Eu olhava para a brancura sem fim em torno de nós, olhava para o horizonte e pensava: "Meu Deus, será que morri e não fiquei sabendo?".

Só não dava para saber se estava no céu ou no inferno.

Neve e nuvem se misturam...
Onde diabos está o lado mais alto da montanha prá apoiar o
piolet?!