quarta-feira, 29 de junho de 2011

Rumo à cidade do buraco dos mineiros

Daqui a pouco pegamos o ônibus para a cidade de Copiapó, já na região do Deserto do Atacama. Por aqui, além do frio, hoje veio também a chuva para complementar o cenário. Estamos cansados e com sono, estou louca para me instalar no ônibus e dormir um monte!

Copiapó é a cidade perto do buraco onde 33 mineiros ficaram presos no ano passado. Diz Humberto que quer se enfiar lá dentro para ver como é. Porém, curiosidade tem limites, né (ou deveria ter). Fiquem tranquilos, não permitirei tal ato de loucura...

Os strip teases diários em Santiago

O paradoxo do gelo e do sol juntos: foi o que vivemos anteontem, quando nos aventuramos pelo Cerro Colorado, uma estaçao de Ski que fica a cerca de uma hora de Santiago. O lugar é lindo, quando a preguiça e a conexao de internet assim o permitirem, postarei algumas fotos aqui no blog para compartilhar essa beleza natural com vocês. Foi até engraçado: a princípio, pensávamos que iria sentir frio lá em cima. Que nada: em alguns momentos, sentíamos o sol queimar nossos rostos e tínhamos que passar filtro solar várias vezes para evitar maiores danos.

As aparências enganam...quem diria. Ontem, sentimos mais frio andando pelas ruas de santiago do que là em cima, no cerro cheio de gelo. A temperatura anda baixando drasticamente. A mínima aqui anda por volta de zero grau ou um grau e a màxima, em torno de uns 14 graus. Eu e Humberto adoramos frio. Porém, há uma coisa bem chatinha no cotidiano de uma cidade onde faz bastante frio: o exercício diário de vários "strip teases" . Nao, nao se trata de nenhuma terapia sexual. Explico melhor: é que, se você está na rua, naturalmente está todo encapotado. Porém, ao entrar em vários espaços fechados, tem que sair tirando quase todas as blusas e casacos, senao torra de tanto calor por conta da calefaçao...é um tal de tira roupa, poe roupa que você pode chegar a se entediar...eu preferiria que fosse frio em todos os lugares logo de uma vez, assim nao teríamos esse trabalho.

Bom, amanha provavelmente tomaremos um onibus para o deserto do Atacama. Quando der, darei mais notìcias. Aguardem!

PS: Como hoje estou escrevendo de um cyber café porque a internet wi fi do hostal onde estamos deu pau, nao tenho como botar os acentos til das palavras aqui, antes que alguém me pergunte....

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Não sei quem tremia mais: o avião ou eu?!

De Santiago, Chile

Fiquei muitos dias sem escrever, por conta de tarefas a serem realizadas antes da viagem. Agora, volto à carga (ou à descarga?!) aqui de Santiago do Chile, cidade a qual chegamos uma da madrugada, depois do voo mais turbulento de nossas vidas. Não, não é apenas maneira de falar...realmente o negócio foi bem bravo, fiquei até com vontade de "pegar o piloto na saída"...puxa vida, com tanta tecnologia hoje em dia, bem que ele poderia ter feito desvio de rota pra escapar daquele festival de malabarismos aeronáuticos a não sei mais quantos quilômetros de altura. Bom, sou leiga no assunto, mas fica aí meu desabafo. Afinal, não sabia quem tremia mais: se eu ou o próprio avião. Pra piorar as coisas, teve um momento específico que olhei para Humberto e o coitado estava com uma cara de medo de dar dó. Logo ele, que costuma ser mil vezes mais corajoso do que eu....um garotinho que sentava à nossa frente chegou a vomitar. Dava para sentir no ar uma tensão bastante pesada: é incrível a energia do pânico coletivo e dos gritos silenciosos.

A aeronave chacoalhava da esquerda para a direita, da direita para a esquerda, de cima para baixo e de baixo para cima. Perdemos a noção de quanto tempo durou essa parte pior das turbulências: quarenta minutos? Uma hora? Só sei que foi no sobrevoo sobre o estado do Paraná porque a coisa começou a ficar bem feia depois que o piloto anunciou que estávamos passando bem perto de Curitiba. Depois que passou tudo, veio uma calmaria tão boa que às vezes, desconfiava, pensava: será que o mau tempo vai voltar novamente? Mais ou menos uma hora antes de chegar a Santiago, não é que apareceram de novo algumas turbulências? Não tão fortes quanto as primeiras, mas eram chatinhas. No entanto, como via aeromoças andando pelo corredor distribuindo aos passageiros os formulários a serem preenchidos e entregues no momento de carimbar os passaportes no aeroporto, provavelmente aquelas eram turbulências "normais" do percurso. Menos mal. Eu torcia fervorosamente pra gente sobrevoar logo a Cordilheira dos Andes por dois motivos: porque Santiago fica ao lado de parte delas e porque, da primeira vez que estivemos no Chile, em 2008, quando o avião começou a sobrevoa-las, a turbulência passou como que por encanto, e o voo ficou macio, gostoso. Era de noite, mas eu buscava sofregamente com o olhar, pela janelinha do avião, a imensidão branca, em busca da paz...

Dito e feito: quando chegamos em cima das montanhas geladas, a tão esperada calmaria. E, em alguns minutos, aterrissamos na tão esperada Santiago. Ao sair do aeroporto, eu estava ainda tão quente de nervoso que nem cheguei a sentir a temperatura de zero grau que fazia aquela hora. Fui senti-la já dentro do quarto do hostal, mas nada que o aquecedor não pudesse resolver.

Agora digito essas linhas de meu netbook, deitada na cama, embaixo do edredon, feliz e tranquila: pra compensar uma noite terrível, o dia hoje foi ótimo: céu super azul, com sol, friozão gostoso e muitos passeios pra alegrar o coração e o espírito. Pouco a pouco vou compartilhando nossas experiências de viagem aqui com vocês.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Ceviche, Shitake e mistura de cereais: nosso almoço de dia dos namorados

Nosso almoço de dia dos namorados foi bem gostoso e preparado por mim mesma, com comidinhas que adoramos: ceviche, shitake e mistura de cereais. Humberto até comentou: quem diria, hein. Anos atrás eu não me imaginava comendo esse tipo de comida... Querem saber? Eu também não (neste momento, coloquem pra tocar a música Todo Cambia, cantada por Mercedes Sosa).

Havia um tempo que eu não comia peixe cru de maneira alguma, não gostava de arroz integral e talvez não ousasse experimentar cogumelos japoneses. Porém, um dia a amiga Ana Paula me ensinou a comer sushis e sashimis e passei a simplesmente amar esse tipo de comida. Um dia o amigo Raul me apresentou o shimeji num barzinho. Gostei e por conta desse gostar, acabei experimentando também o Shitake. Um dia, ainda na década de 90, quando fui ao Peru pela primeira vez conhecer de perto parte de minhas origens, me ensinaram a saborear o ceviche que se tornou, hoje em dia, uma de minhas comidas prediletas. E por aí vai....Um dia aqui, um dia ali, e as mudanças foram acontecendo. Dia após dia.

Rapidamente explicando: basicamente, o ceviche é feito com algum peixe de carne branca, cortado em cubinhos, marinado em limão e aji (pimenta peruana, o meu eu faço com aji amarillo), também temperado com cebola, alho e sal. Quem quiser, pode colocar também coentro. A receita pode assustar para quem não conhece porque o peixe não passa por qualquer tipo de cozimento via fogão. No entanto, dá super certo e antes que me perguntem, não tem gosto de peixe cru. De fato, o limão acaba cozinhando a carne.

Meu shitake eu faço assim: costumo comprar o desidratado. Depois de reidratá-lo, aproveito a água dele para cozinhar o arroz, pois é cheia de nutrientes. Coloco o shitake numa frigideira com pouca margarina, molho de soja e aji criollo (outro tipo de pimenta peruana) para dar uma breve cozida e temperada.

A mistura de cereais a qual me referi é composta por: arroz integral agulhinha, arroz integral vermelho, arroz integral cateto, trigo integral, aveia e quinua em flocos. Na verdade, essa mistura é meu "arroz" de quase todos os dias. Eu já comia aquele "Arroz Sete Cereais", da Ráris, mas como começou a ficar caro demais, comecei a comprar em separado os grãos no Ceasa, em maiores quantidades, e misturá-los, fica bem mais barato (dica preciosa de minha médica!). Acho super gostoso (acho o arroz branco puro muito sem graça, a não ser que ele seja carreteiro) e, além disso, é super saudável. Cozinho normalmente, tempero e pronto.

O legal é que Humberto me acompanha nesse tipo de alimentação. E a carinha de satisfação que ele fez ontem para mim foi inesquecível!

PS: Não sei o jeito certo de escrever "ceviche", se é com S, com C ou de outro jeito...tanto aqui como no Peru ou mesmo no Chile já vi essa palavra escrita de diferentes formas. Quem tiver tempo e paciência para pesquisar sobre isso, esteja à vontade....

sábado, 11 de junho de 2011

O aniversário do supermercado e os famintos de plantão

Mais uma da série "Po, você não tem comida em casa não?!"

Semanas atrás foi o aniversário de um supermercado que fica aqui perto de casa. Eu nem sabia disso, cheguei lá e achei estranho, pois vi uns palhaços saindo do estabelecimento. Dali a pouco, vejo um moço cantando e tocando violão num canto. Ando mais um pouco e vejo que estão armando máquinas de raspadinha. Em alguns lugares, há balões pendurados. Foi aí que desconfiei do motivo de tanta comemoração. Pensei: oba! o negócio hoje aqui tá bom! A impressão que eu tinha é que havia "atrações comestíveis" em cada corredor de mercadorias. Perto da padaria, havia uma mesa de café da manhã com sanduíches de pão de forma, frutas, etc. Ainda desconfiada, perguntei a uma funcionária: Isso é pra todo mundo? Ela, solícita, responde: É sim, pode pegar! Satisfeita, peguei um pedaço de sanduíche. Dali a pouco, havia "amostras grátis" de sorvete. Claro que peguei meu copinho e continuei zanzando pelo supermercado. Uma maravilha: quem quisesse, poderia sair de lá praticamente "almoçado" já.

Depois de pegar os produtos que precisava, fui a uma das filas para pagá-los. Notei que uma senhora estava em posição intermediária entre estar e não estar na fila. Sabe o célebre "Ser ou não ser, eis a questão"? Pois é, por aí. Como fiquei em dúvida, perguntei a ela sobre sua real posição geográfica no supermercado. A resposta confirmou minha suspeita. Ela me diz, sorridente: Pode passar na frente, minha filha, é que estou esperando o bolo. Olhei ao redor, já havia vários clientes ali por perto de olho na mesa festiva, cheia de docinhos. A estrela principal da festa ainda iria chegar dali a alguns instantes. Como não tinha tempo disponível, não fiz o mesmo que aquela senhora. Mas foi bem interessante observar o movimento do local e aproveitar os brindes comestíveis. Bem que o supermercado poderia fazer aniversário todos os dias!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Já em clima romântico, o cantor colombiano Fonseca

Já aproveitando o clima romântico do dia dos namorados do domingo e o dia fresquinho daqui de Brasília pedindo cobertor de orelha, lá vai um vídeo do Fonseca, cantor colombiano, com uma canção bem gostosinha entitulada "Te Mando Flores": http://www.youtube.com/watch?v=qTLd6u0ZW6c

Quem me apresentou algo desse cantor foi a prima Sofia, lá de Lima, Peru. Ela primeiro me mostrou uma música dele e pensei: ah, pelo jeito esse artista deve ser colombiano... Perguntei a ela, que me confirmou a suspeita. Sabem como descobri? Pela presença do acordeon nos arranjos e pelo jeitão da música, a levada, sei lá, não sei explicar direito. Mas é a cara da Colômbia!

Algo que acho muito legal é a integração existente, pelo menos na música, entre boa parte dos países de língua hispânica de nosso continente.  Há vários artistas cujas canções tocam nas rádios de vários países além do seu, como é o caso do rapaz aí em questão. Bem que o Brasil poderia se entranhar um pouco mais pelo continente, pois geralmente nossos vizinhos acabam conhecendo mais de música brasileira do que os brasileiros as músicas deles. Fico de cara: há vários artistas latinoamericanos que vivem fazendo tours pelo mundo todo mas não são conhecidos aqui. E a língua espanhola não é desculpa, pois vários artistas de língua inglesa estouram por aqui nas paradas de sucesso... Mas, felizmente, tenho esperanças que a situação vá mudando aos poucos, já que artistas como a mexicana Julieta Venegas, o argentino Kevin Johansen e outros mais volta e meia andam aparecendo pelo Brasil pra fazer alguns shows.

Gente, como o Youtube nem sempre é You, botei aí acima apenas o link do vídeo, tá. É que o Theytube não tá me deixando agregar aqui o dito cujo. Só vem a mensagem: "Este recurso não está disponível no momento. Tente novamente mais tarde. " Caso eles disponibilizem de fato nas próximas horas o recurso, prometo postar aqui o vídeo direto, ok.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Bateu com a cara na porta

Outro dia Sandra, uma de minhas irmãs, chega no apartamento de minha mãe para buscar a Aninha, sua filha. Dali a pouco, vai pra um dos quartos pegar algo. O corredor estava escuro. Da sala, a gente escuta:

- Ai, bati com a cara na porta!

Dois segundos depois:

- Mas quem fechou a porta desse quarto?

Chuva de risos na sala. Ela poderia ter ficado calada, mas fez questão de anunciar em alto e bom som o "mico". E, ainda por cima, quem havia fechado a porta era a Aninha.