domingo, 29 de junho de 2008

Eu sou a "mayor", porém ele é o maior

Essas narrativas "besourais" me fizeram lembrar de um episódio bem curioso idiomaticamente. O Alex tentou literalmente forçar uma relação mais próxima e amistosa entre eu e o bichão, pegando firme nos meus braços e me empurrando para perto da mesa onde o super besouro estava. Uma sacanagem, pois esse primo, embora mais novo, é mais alto que eu e também mais forte. Danada da vida, grito, em português mesmo: "Assim não vale, assim não vale, você é maior que eu!" Porém, ele responde em castelhano: " No, no, tu eres la mayor!"*

Crédito da foto: eu mesma.

*Maior: mais alto. Mayor: mais velho.

sábado, 28 de junho de 2008

Garage Sale 70% de desconto: cara de pau!

Outro dia, eu e Humberto ficamos embasbacados...fomos conferir o que dizia a propaganda de TV de um shopping daqui de Brasília: "Garage Sale 70% de desconto". Fiquei desconfiada logo de cara. Quando chegamos lá, vimos muitas coisas do tipo: "Sofá: de 9.000 reais por 1.850".
Pergunto-me: como é que essa gente tem a cara de pau de fazer uma coisa dessas?

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Besourão gigante: adeus às gaiolas e bolsas de moças escandalosas!



Em resposta ao comentário da Su de Sampa sobre meu post anterior: Su, fique tranqüila...o besouro foi devolvido à floresta no dia seguinte, são e salvo, apesar de ele ter corrido o risco de ser "assassinado" por mim, mas sem querer... posso não ser lá muito simpática a insetos, sobretudo os tamanho King Size, mas eu não mato nem mosca, quanto mais um besourão respeitável daqueles.

No dia seguinte, acordei, saí do quarto que estava a poucos passos da gaiolinha do bichão e ainda dei uma olhadinha de "bom dia" ao dito cujo. Parecia bem tranqüilo, o danado. Um tempinho depois, naquela manhã, havia cinco ou seis pessoas em torno do escaravelho. Era um tal de examinar sua couraça, suas patinhas, virar o besouro de costas, de barriga, usá-lo um pouco como broche na roupa (vejam na foto a audácia de minha tia Yola!)...o bicho já estava virando o divertimento da galera. Mas percebia que tudo era feito com muito carinho, sem machucá-lo.

Enquanto isso, pensava quão urbana sou...e refletia como meus amazônicos tios e primos manejavam com naturalidade aquele ser cascudo. Cheguei a sentir uma pontinha de inveja até. Eu juro que tentei ao menos botar um dedo nas costas do bicho, mas não consegui desta vez. Quem sabe, numa próxima....

Dali a pouco, iríamos todos para a chácara de uma das tias. Peguei minha bolsa e fui me juntar ao grupão. Porém, alguém me alertou sobre alguma coisa estranha pendurada dela. Quando olhei para baixo, quase tive um troço...o besourão estava pendurado em minha bolsa!!! Dei uns gritos histéricos que, creio, foram ouvidos até lá na fronteira com o Acre. Para acompanhar minha performance sonora, ainda joguei sem pensar e de imediato a bolsa no chão, com máquina fotográfica, super-besouro e tudo...

Depois desses segundos de terror e pânico, enquanto tentava me recompor, ia ao mesmo tempo preparando o chinelo. Não para matar meu "pingente gigante de bolsa", que escapou são e salvo da queda brusca de seu "suporte temporário" no chão, mas para correr atrás do primo Alex...porém, a tempo, escuto uma das tias avisar: "Fue Tio Mañuco, fue Tio Mañuco!!!".

Quanto ao cascudão, adeus gaiolas e bolsas de moças escandalosas! Ele foi levado gentilmente de volta à floresta, onde voltou a encontrar paz e tranqüilidade. Quanto ao tio, como é mais velho que eu, respeitei sua travessura. Quanto ao primo, suspeito que ele tenha ajudado a arquitetar o plano maquiavélico com meu tio. Porém, na dúvida, resolvi não realizar mais uma fase do campeonato de "Arremesso de Chinelos em Primos".

Crédito das fotos: eu mesma. O tio da foto foi o que grudou o bicho na minha bolsa.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

O besourão não abre a portinha da gaiola...mas primos e tios sim!


Sei lá como esse "monstruo terrible" apareceu na casa de meus tios. Alguém disse que ele pode ter vindo num vaso grande cheio de terra que estava perto dos quartos. Outro comentou que ele pode ter chegado voando (credo, isso tem asa? Recebi mais informação do que eu precisava...). O Alex, um de meus primos, começou a inventar uma história até bonitinha para crianças, dizendo que o escarabejo resolveu sair de seu habitat, a selva, para passear na cidade e, para isso, pegou um motocarro* para chegar lá. Qualquer dia desses, eu invento o restante da historinha e posto aqui no blog...

Bom, na verdade, não me interessava a forma com a qual ele chegou lá. Eu gostaria de saber é como o bichão iria sair dali. Alex, muito calmamente, pega com a mão aquele bicho grandão e o coloca gentilmente numa gaiola tipo de passarinho. Explica que no dia seguinte o devolveria à selva. Eu, inconformada e assustada, pergunto: "Mañana?! Entonces ese "monstruo terrible" va a quedarse en esta jaulita a pocos pasos de la habitación donde voy a dormir???!!!! Noooooo...."

Ele, com aquela calma danada que já estava me deixando levemente irritada, disse que o bicho não sabia abrir a portinha da gaiola e eu poderia dormir tranquila. É verdade...o escarabejo não tinha "aparato" suficiente para tal ato....mas os primos e tios sim!

Aguardem a continuação deste post....


Crédito da foto: eu mesma. Acho que a foto saiu meio desfocada porque eu estava com medo do "monstruo"...


*Motocarro: é um veículo muito usado no interior do Peru (se bem que em algumas partes da capital, Lima, a gente também encontra isso). Consiste em uma moto que "puxa" uma espécie de "cabina" atrás, onde podem ir sentadas duas ou três pessoas.


quarta-feira, 25 de junho de 2008

Aguardem a história do "Monstruo" amazônico!

Esta semana estou morrendo de preguiça de escrever. Porém, prometo para amanhã contar sobre essa "visita" indesejada que apareceu na casa de meus tios em Aguaytia e me fez "pagar mico". Por ora, vejam o tamanho desse escaravelho...bem, para minha família, era um bonito escarabejo. Para mim, um "Monstruo terrible".
Ótimo foi mostrar a foto para meus pais, irmãs e alguns amigos. Os comentários gerais foram do tipo: "Que coisa horrível!". Porém, minha irmã caçula, a Ju, foi a mais original. Ela me perguntou: "Que legal esse besouro, tem dele azul?"

Crédito da foto: eu mesma.

domingo, 22 de junho de 2008

Uma galinha num banheiro em Pirenópolis

Bom, vou parar um pouco com as narrativas envolvendo o soroche, senão daqui a pouco vai ter gente vomitando em cima dos teclados...

Ontem fomos a um casamento perto de Anápolis(GO). Como o sol estava bem quente, resolvemos, depois do casório, ir a uma das cachoeiras de Pirenópolis. Lá chegando, fomos ao banheiro para trocar de roupa. Ao entrar lá, vejo o que penso ser uma bela peça de artesanato da região em cima da mesinha. Porém, para minha estranheza, a "bela peça de artesanato" resolve mover sua cabecinha na minha direção. Era uma galinha vivaaaaa!

Penso: "quem a colocou aqui???". Porém, olhando para fora do banheiro, veio logo a resposta. Os banheiros dessa cachoeira ficam no terreiro de uma espécie de sítio. E logo ali, no terreiro, dezenas de seres daquela mesma espécie ficam alegremente soltos, passeando e ciscando. Como a porta daquele banheiro estava continuamente aberta, nada mais natural (para elas) que, de vez em quando, aproveitassem a gostosa sombra do recinto.

Depois de ter trocado minha roupa, saí do banheiro e fui esperar Humberto. Dali a pouco, vejo umas mocinhas entrando no "banheiro da galinha". Em minutos, uma delas avisa a um senhor: "Moço, a galinha botou um ovo lá no banheiro". Na volta do banho de cachoeira, voltei ao mesmo lugar. A galinha já não estava mais lá. Porém, o tal ovo sim, na mesa, ao lado de um rolo de papel higiênico.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

"Afogando-se" com a escassez de oxigênio




Tivemos muita sorte na estrada, pois ficamos paradas por, no máximo, uma hora e meia ou duas horas, creio eu, por conta da greve dos mineiros (acima, fotos dos veículos parados na estrada). Assim que prosseguimos a viagem, fiquei dividida entre tirar um cochilo ou ficar olhando a paisagem pela janela. Na verdade, com o passar do tempo, vi que essa dúvida não era assim tão atroz porque conseguia fazer "mini-siestas" de uns dois minutos, no máximo. O soroche leve não me deixava ter um sono mais longo e a respiração estava difícil...no princípio, a sensação que me dá é de alguma aflição. Há pessoas que se afogam com excesso de água, eu sinto que começo a me afogar na escassez de oxigênio: estranha contradição!

Quando vem isso, costumo ficar o mais quieta possível e dizer para mim mesmo várias vezes: "Calma, respira suavecito, suavecito..." . Pena que eu estava sem folhas de coca para mascar, isso me ajuda muito. Pelo menos, trazia sempre em minha bolsa o mentol chino* para passar no nariz, que já aliviava um pouco. Em alguns ônibus, as rodomoças fornecem a quem quiser pequenos pedaços de algodão embebidos em álcool, coisa que também pode ajudar.

Na estrada paramos a quase quatro mil metros. Para meu espanto, depois, a estrada só ia subindo mais, subindo mais...pensava: "Meu Deus, onde vamos parar assim? No céu, pra te visitar?". Lembro-me que, em certo momento, perguntei ao taxista a altitude de onde estávamos, já desconfiada da resposta. Era o que eu temia: estávamos a quase 5000 metros! O mais alto que eu já havia chegado antes era no aeroporto de La Paz, na Bolívia, que fica na cidade-bairro de El Alto (4000 metros de altitude), onde desembarquei com a sensação de ter tomado um monte de caipirinhas. Imaginem então como eu estava ali nas proximidades de Tríclio, no Peru...acho que o ar rarefeito dá barato!

Grandes altitudes, sol forte e vento gelado
Outro dia, um amigo meu do Rio de Janeiro comentou que os lugares na Terra com grandes altitudes são os melhores para se fazer meditação. Começo a acreditar nessa afirmação, pois nosso organismo funciona de maneira bem diferente naquelas montanhas enormes. Você, mesmo que não queira, começa a funcionar num ritmo bem mais lento por conta do ar rarefeito. O metabolismo se altera. E naquela região, além das alturas, a estranha combinação de sol forte e temperatura baixa, vento gelado, já requer de você um certo cuidado.

Mesmo assim, recomendo a quem nunca foi que experimente um dia (ou melhor, vários dias) conhecer as cordilheiras ou, pelo menos, passar por elas**. O sofrimento vale a pena. As paisagens são lindíssimas, as fotos ou vídeos não conseguem retratar com fidelidade a beleza do lugar. Dá vontade mesmo de chegar ao cume de uma daquelas super montanhas para meditar.

* Mentol Chino é uma espécie de "Vick Vaporub" chinês. A gente costuma encontrar esse produto em algumas lojas orientais.
** Recomendo a quem pretende ir pela primeira vez às cordilheiras, ou à Serra, como chamam os peruanos, que antes procure um médico para checar seu aparelho respiratório, por segurança. Aqui em casa, curiosamente, Humberto é asmático e eu tenho um troço chamado "Distúrbio Ventilatório leve" ou coisa parecida (o nome da coisa é longo, falta mais um termo aí que nunca lembro). A grosso modo, seria algo mais suave que a asma. Porém, dois anos atrás, Humberto conseguiu lidar melhor com a altitude do que eu...Isso para vocês terem idéia de como cada organismo reage diferente lá...

quarta-feira, 18 de junho de 2008

E por falar em batatas com ovo...


Continuando a narrativa do post anterior, havia citado a venda de batatas com ovo no meio da estrada. Foi o nosso almoço simples e gostoso naquele dia de greve dos mineiros na estrada: batatas e ovos cozidos, com direito ao ají, um tipo de pimenta saborosa e com muitas variedades, uma das coisas de lá que mais sinto falta aqui, na hora de comer. Na foto acima, uma de minhas tias está comprando da moça as "porções" que eram cuidadosamente embaladas naqueles saquinhos plásticos. Na foto mais acima ainda, lá estou eu comendo "papa con huevo", ao lado da estrada. O que estava fazendo comendo e andando ao mesmo tempo? Sei lá, não me lembro. Mesmo com um pouco de soroche e comendo, parece que minha inquietude falava mais alto... até me esqueci da necessidade de balões de oxigênio...

Aproveitando o post, para quem tem interesse no assunto, o Peru é o país com maior número de espécies de batata. Em Lima há o Centro Internacional de la Papa, quem quiser conhecer um pouco desse centro de pesquisas é só clicar no link indicado.

Crédito das fotos: a de cima, eu mesma. A mais de cima ainda, Tia Chabela.

terça-feira, 17 de junho de 2008

De novo com Soroche


Voltando às narrativas de viagem, olho para essa foto aí acima na qual estou toda sorridente e feliz. Acho graça desse sorriso, pois já estava começando a sentir os efeitos do soroche* mais uma vez e, na verdade, já queria disfarçar o mal estar...

Um dia antes de partir para Lima, meu pai resolve me mostrar um mapa do Peru para eu ver o trajeto que faria, via terrestre, entre aquela cidade e Aguaytia, que fica mais ou menos a umas duas horas antes de Pucallpa, já perto da fronteira com o Brasil, pelo estado do Acre. Eu, ingenuamente e alheia às geografias, achava que, desta vez, não passaria pela Cordilheira e estaria livre do soroche...que esperança...ao olhar o mapa, deparei-me com uma baita cordilheira no caminho por onde iria passar. Pensei: "Ih, vai começar tudo de novo..." (amo as grandes alturas, mas sempre passo mal com isso). Pelo menos, desta vez, foi uma passagem rápida pela região peruana mais próxima do céu.

Rápida apesar da parada que eu, minhas tias e centenas de outras pessoas tivemos que dar na estrada por causa de uma greve de mineiros. Algumas pessoas nos informavam ("No hay pase, señoras!") que a partir de determinado ponto, ninguém poderia passar, pois alguns grevistas estavam atirando pedras dos altos das montanhas para atingir a quem ousasse fazer isso. Credo! Uma das tias brincou dizendo: "Isso tudo faz parte da viagem que planejamos, ahahahha". Ficamos na expectativa de saber quando a estrada seria reaberta. Aquilo poderia tanto durar mais uma hora, como várias horas, talvez até dias (!!!). E eu ali, começando a ficar "sorochada": meu reino por um balão de oxigênio...ah, se vendessem isso na estrada como vendiam batatas com ovo, refrigerantes, e outras coisas mais....


Crédito da foto: Tia Chabela.

* Soroche é o mal das alturas, que acomete muitas pessoas que vão viajar a grandes altitudes. Alguns sintomas são dor de cabeça, falta de ar, tonteira, enjôo. A intensidade pode variar de pessoa para pessoa. Em algumas farmácias, vendem um comprimido chamado "Sorochi Pills". Para algumas pessoas funciona, para outras não, como é o meu caso. Para mim, mascar folhas de coca e tomar seu chazinho ajuda um bocado a lidar com esses efeitos.

domingo, 15 de junho de 2008

Presa no banheiro ao som de muito rock

Ontem fomos a um show de Rock. Além de gostar do som da maioria das bandas que assistimos, curto a estética roqueira: roupas predominantemente pretas, cabelos mega-compridos (um de meus "sonhos de consumo") e acho lindo como eles se movimentam durante as músicas. Observei uma garota que especialmente bailava com seu próprio cabelo: ele chegava a desenhar parábolas e hipérboles no ar (como é que não embaraça?).

Estava friozinho e, em meio ao meu exercício de apreciação antropológica, estética e musical, a natureza me chamou. Entrei no banheiro. Entrei porém não conseguia sair: havia um problema na fechadura. Tentei forçar de um jeito, forçar de outro, e nada. Do lado de fora, uma garota percebeu minha dificuldade e perguntou para confirmar: "Você tá trancada aí?". Respondi: "Estou!" Escutei do outro lado da porta um "Espere aí". Segundos depois, ela sobe pelo banheiro do lado e tenta mexer na tranca. Nada. Aí ela deu a idéia: "Olha, o jeito vai ser você sair pelo outro banheiro, você dá conta de subir?"

Confesso que me deu um medinho, mas como não havia outro jeito, lá fui eu. Meti os pés no vaso sanitário fechado e, com a ajuda da garota, fiz alguns movimentos mais difíceis para chegar ao topo da parede. De lá, olhei para baixo e pensei: "Ai, meu Deus, o que estou fazendo aqui? Eu me meto em cada uma....". É, literalmente me meto em cada uma...Eu, com meus 1,79m de altura, estava me sentindo levemente entalada entre o teto dos banheiros e a paredinha que separava um de outro. E o rock comendo solto lá fora, servindo como fundo musical dessa comédia da vida real (eita, até rimou). Outra garota disse, com os braços abertos: "Vem que eu ajudo você a descer...". Avisei: "Olha, você tem certeza?", preocupada com meu peso. Mas ela parecia segura: "É fácil, pode vir". Desci então com seu auxílio, foi bem rápido.

Agradeci às duas moças que, na verdade, foram meus anjos da guarda naquela situação: um anjo me ajudou a subir a parede do banheiro, o outro a descer. Anjos da guarda do rock.


Foto: na verdade, fiz essa foto com dois colegas equatorianos e não tem nada a ver com a história acima. Nem sei se eles tem tendências roqueiras, mas como tem cabelos compridos, achei que fosse ficar bonito colocar aqui. Meu momento Non-sense...

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Deus estava inspirado quando inventou o cupuaçu

Breve pausa nas narrativas de viagem, pois essa minha "aventura caseira" tenho de contar aqui, a pedidos. Essa semana não resisti e, apesar do preço (uns onze reais, mais ou menos, dependendo do peso da fruta), resolvi comprar um cupuaçu ao vivo e em cores para fazer musse. Porém, chegando em casa, é que me dei conta de sua casca, dura como a de um coco. Como abrir então o dito cujo? Esperei Humberto chegar. Ele olhou a fruta e buscou um martelinho. Mandou ver. Dali a pouco, a casca se parte e mostra seu recheio. Porém, seu interior estava com parte embolorada... que preguiça! Fui trocar a fruta no supermercado somente no dia seguinte. Por sorte que lá, como o moço não sabia verificar qual cupuaçu estava bom, acabou rompendo a casca para mim. Embrulhou cuidadosamente a fruta numa película plástica e eu fui para casa pensando: "Que bom, menos um trabalho para fazer o musse".

Que nada. Ao desembrulhar o cupuaçu, dei de cara com suas sementes em meio ao seu branco recheio. Resolvi seguir as recomendações da Simplicista em seu blog. Havia consultado o grande óraculo São Google antes e me deparei com sua narrativa. Agora é a minha vez de sofrer. Malucat, uma de minhas gatas, olhava para mim como quem pensa: "Vamos ver o que ela vai aprontar desta vez". Como não me restava outra estratégia, lá fui eu tirando as sementes todas com o tesourão...me senti como que dissecando um "cadáver frutal". Demorei um tempão fazendo isso e a Malucat, curiosa, continuava a me observar...quando terminei, feliz da vida misturei o recheio da fruta com creme de leite de soja e leite condensado desnatado, para vocês verem que não enfiei de vez o "pé na jaca" (ou melhor, no cupuaçu). Algumas horas depois, eu e Humberto fizemos a festa com a trabalhosa, mas feliz sobremesa, cujo resto só durou até o dia seguinte, não sobrou nem para a Malucat lamber a tigela! Realmente, o musse de cupuaçu está no "Hit Parade" daqui de casa, nos primeiros lugares, junto com o musse de lúcuma (vide o post de 10 de junho) ...Deus deveria estar muito inspirado quando criou essas frutas!


quarta-feira, 11 de junho de 2008

Show do Tarancón em São Bernardo do Campo dia 14

Para aproveitar o clima latinoamericano deste blog, Ademar Farinha, do grupo Tarancón, pediu pra avisar que dia 14 haverá mais um show deles, desta vez em São Bernardo do Campo. Maiores informações no Jabá da Sil. Quem estiver por perto, aproveite para ir assistir, o show é tão bom que vicia...tive o prazer de, em minha passagem fast-food por Sampa no dia do trabalho, conseguir assistir a um pedaço de sua apresentação...lindo demais!!!

Dos Andes à Amazônia: mudança brusca


Eu e mais três tias contratamos um taxista que nos levou de Lima, capital peruana localizada no litoral, à cidade de Aguaytia, na Amazônia. Essa, com certeza, entra para o rol de minhas viagens mais inesquecíveis, pois nela passei pelas três grandes regiões do Peru: Litoral, Serra e Selva. O que os peruanos humildemente chamam de Serra é a região da Cordilheira dos Andes. Quando falam de Selva, referem-se à Amazônia daquele país, na qual moram a maioria de meus primos e tios.

Um de meus primos havia avisado para eu não dormir no carro, para poder ver a troca brusca de vegetação. Estava realmente morrendo de sono, minhas tias no banco de trás totalmente adormecidas...fiquei com vontade de imitá-las. Mas resisti bravamente, curiosa. E, realmente, fiquei surpresa, extasiada, ao notar que as enormes montanhas peladas das cordilheiras se transformam, como que por encanto, naquela densa, verde e exuberante floresta amazônica. Meus olhos viam, mas o cérebro não aceitava...como pode a paisagem mudar tão bruscamente assim? Dá a impressão que Deus pegou algum controle remoto, apertou uma tecla e zum: mudou tudo! Uma pessoa poderia se dar ao luxo de ficar com um pé na Serra e outro pé na Selva...E tem mais: poucas horas antes, talvez umas três ou quatro, estávamos passando ao lado de montanhas nevadas...como pode isso?

Crédito das fotos: eu mesma.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Musse de lúcuma...eu adorooooo!

Cansei de escrever sobre aventuras e reflexões aeroportuárias. Embora tenha mais algumas desta série para compartilhar, vou deixá-las para mais tarde, senão daqui a pouco é capaz até de aparecer gente por aqui fazendo publicidade de barrinhas de cereais (que sorte, não ganhei nenhuma dessas durante os vôos), remédios contra enjôos, mochilas e outras coisas do gênero...
Hoje me deu saudade da lúcuma, uma fruta muito fácil de ser encontrada no Peru, pelo menos nas cidades nas quais passei. A lúcuma é uma fruta da cordilheira dos Andes, do qual se fazem coisas muito gostosas, como por exemplo, sorvete, iogurte, musse...acidentalmente, acabei trazendo duas delas para o Brasil, estavam esquecidas e escondidas em meio ao recheio de um de meus mochilões. Sorte que ainda estavam no ponto. Aproveitei e fiz musse dessas "sobreviventes"...hummm...em meu ranking pessoal de sobremesas, está em primeiro lugar nas "paradas de sucesso", junto ao musse de cupuaçu. Divino! Interessante é que comi uma lúcuma mas não a achei tão gostosa assim sozinha. Ela fica melhor misturada ao leite, num daqueles formatos anteriormente já citados por mim há algumas linhas atrás. Humberto também adora e raspou a tigela...

Crédito da foto: eu mesma.

domingo, 8 de junho de 2008

Que tal passarem as pessoas pelo Raio X?

Para mim, um dos "momentos chatice" nas viagens é a hora de passar as coisas pelas máquinas de Raio X dos aeroportos. É um tal de tirar moedas do bolso, tirar pulseiras, cinto, casaco, cachecol...muitas vezes me pergunto porque não deixam a gente sentar ou deitar na esteira logo de uma vez, com nossas bagagens de mão. Seria mais prático, confortável, descontraído e divertido. E as crianças, então? Imaginem elas felizes da vida com a "nova brincadeira", dando tchauzinho para a galera antes de entrar no pequeno "túnel"...
Voei da Costa Rica para a Colômbia e, em Bogotá, mesmo os passageiros que pegariam conexões teriam de passar de novo as bagagens pela maquininha de Raio X. Nessa hora, deu vontade de ficar logo pelada e botar todas as minhas roupas numa daquelas bandejas de plástico. Como se não bastasse, depois de pegar correndo os pertences na esteira "Pós-Máquina", ainda tivemos de passar por uma segunda revista (pelo menos foi bem rápida) na qual um ou uma policial nos apalpava (pelo menos foi com respeito...). Pensei: "Puxa vida, se estivéssemos todos pelados realmente iria facilitar o serviço deles...".
Depois de passar por tudo isso, como estava numa sede danada, fui procurar algo para beber. Espantei-me ao ter que pagar três dólares (!!!) por uma pequena garrafa de água saborizada. E acho que era uma das coisas mais baratas de lá...ao saber do preço desse produto, confesso que minha sede diminuiu de tamanho. Melhor esperar o próximo vôo, finalmente para Lima, e aproveitar para comer e tomar bastante líquido no avião porque por enquanto, em terra, as coisas estavam caras demais. Se o preço de uma simples garrafa de água estava naquele estilo, imaginem o das coisas de comer...achei melhor nem perguntar.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Afetos costarriquenhos

O Jica, no seu comentário a meu post passado, lembrou a música "Coração Civil", de Fernando Brant e Mílton Nascimento. Foi justamente essa canção que me veio à cabeça quando o avião foi aterrissando em San Jose, capital da Costa Rica. Já era noite e me encantava pela janelinha do avião com as luzes polvilhadas entre as montanhas daquela cidade. A aeronave parou nessa cidade rapidamente para deixar passageiros e, em seguida, partiu para o Panamá, onde chegou vinte minutos adiantado (!!!). Aliás, gostei muito de viajar pela Taca....nesses vôos todos que peguei em maio, três deles chegaram antes do horário marcado, dois deles vinte minutos adiantado e um deles, cinco minutos adiantado. Parece difícil de acreditar, mas é verdade.

Mas, voltando ao tema, na ida ao Panamá, já simpatizei com San Jose. Em meu retorno ao Peru, tive a oportunidade de rever, mas de dia, a poética imagem dessa cidade que se distribui entre altos e baixos do relevo, além de ter esperado um pouco o próximo vôo em seu aeroporto. Aliás, nunca vi aeroporto tão chique...todo acarpetado, menos nos banheiros, é claro (aí também seria demais). Eu, em meio ao sono e cansaço de uma noite sem dormir, namorava panoramicamente San Jose da Costa Rica e pensava: "Um dia volto aqui para te conhecer, ó bela cidade!". Enquanto secretamente dizia isso, vinham-me a memória um misto caleidoscópico imagético-sonoro composto pela música "Coração Civil", por canções do grupo Malpaís, por cenas de momentos passados em companhia da Costarriquenha Elsi Rojas, uma das novas amizades feitas no evento do Panamá e por trechos de textos da Julia Ardon, amiga virtual feita alguns meses atrás via blog: algumas boas referências que tenho daquele país.


Elsi é a garota da foto de meu primeiro post sobre a viagem, uma das companheiras de palestras, fotografias e bailados. Julia e eu somos " leitoras mútuas": uma costuma ler o blog da outra è, às vezes, reforçando algumas campanhas daqui e de lá. Sobre o grupo Malpaís, eu o descobri meses atrás pelo acaso, fazendo pesquisas na internet. Aliás, não resisti e comprei no aeroporto um de seus CDs, que estou escutando agora, enquanto escrevo. Buenaço com toda a força, os caras conseguem fazer música bonita, diversificada, com letras poéticas e belos arranjos. Foi paixão à primeira vista! Ou melhor, à primeira escutada!

À medida que vou conhecendo de perto um pouco mais do Planeta Terra, parece que meu coração e minha mente vão aumentando, e se tranformando numa intrincada rede de informações, percepções, pontes de sentido e afetos, cada vez mais...

quarta-feira, 4 de junho de 2008

O que fazer num aeroporto enquanto se espera o próximo vôo..

Com tantas conexões malucas, tive que passar por várias esperas em diversos aeroportos. Mas até que não foi tão ruim assim...minhas sugestões de atividades para quem tiver de passar por situação semelhante:

1. Entrar em todas as lojinhas do aeroporto para se deleitar com os diferentes (ou às vezes nem tão diferentes assim) produtos à mostra. De repente, comprar uma coisinha ou outra, se não estiver muito caro.

2. Aproveitar a disponibilidade dos frascos-provadores de perfumes caros no Duty Free e experimentá-los. Uma de minhas irmãs, depois que ler essa frase, vai me lançar palavras de condenação, eu bem sei, mas qual o problema, já que os frascos-provadores estão lá para isso mesmo?! Só tome o cuidado para não misturar perfumes muito diferentes em sua pele...

3. Sentar num canto qualquer e observar, sentir, curtir, enfim, os diferentes sotaques das pessoas que estão por perto falando. Imaginar esses diferentes sotaques como música...foi uma "sacada" que tive nessa viagem, e desde então, volta e meia venho fazendo esse exercício aqui no Brasil também. É muito legal !

4. Pensar na vida, simplesmente. Às vezes, na correria do dia a dia, não temos tempo para essa coisa tão simples. O tempo gasto na espera de um avião pode servir para ricas reflexões filosófico-existenciais.

5. Se estiver com bagagem de mão mais ou menos pesada e num aeroporto sem carrinhos na área de espera, como me aconteceu no de San Jose da Costa Rica, faça o seguinte exercício: caminhe com suas coisas até o máximo que der. Desafie-se...quando realmente não estiver mais aguentando, sente-se um pouco e descanse. Depois, comece tudo de novo. Esse exercício deve ser bom para perder peso.

6. Se estiver com muita sede, sente-se numa lanchonete e vá pedindo os refrigerantes diferentes daquele país para ir experimentando, um a um.

É isso aí. Enfim, use a criatividade sempre na espera do próximo vôo....




Crédito da foto: Eu mesma. Essa é uma das lindas montanhas de San Jose de Costa Rica que vi por uma das amplas janelas de seu aeroporto, na manhã de 19 de maio.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Quatro países em um só dia para pagar passagem mais barata!


Quando sai de Lima, no Peru, para ir ao evento do Panamá e depois, no retorno, passei por quatro países em um só dia! Isso é o resultado de quem quis pagar a passagem mais barata possível do Peru para o Panamá...os dois países são relativamente próximos, porém a questão financeira fez com que eu alongasse esses trajetos.

Na ida, saí de Lima 12h20min e cheguei ao Panamá às 23h30min. Meu percurso: Peru - El Salvador - Costa Rica - Panamá. No retorno, saí do Panamá às 5h38min para chegar a Lima às 18h40min e o percurso foi o seguinte: Panamá - Costa Rica - Colômbia - Peru.

Turismo de aeroportos. Foi uma experiência cansativa, mas inesquecível...na ida, tive de esperar algumas horas em El Salvador. Pena que, do avião, não deu pra ver nada de sua capital, San Salvador que, talvez, fosse bem distanciada de seu aeroporto, sinceramente não sei. Mas, pelo menos, no aeroporto, havia várias lojinhas para xeretar. Andei bastante para esticar as pernas, ficar cansada e tentar cochilar no próximo vôo. Quando bateu a fome, fui ver se tinha algo diferente e interessante para comer, do próprio país. Como nada me pareceu diferente, resolvi comer um sanduíche do Subway, franquia também presente aqui no Brasil. O sanduba de lá, como geralmente ocorre com as franquias, era basicamente o mesmo que comemos aqui. Porém, tomei um refrigerante diferente: o Tropical Uva. Gostei bastante, fez-me lembrar o Bidú Uva, um refri que havia aqui em Brasília há muuuuuuitos anos atrás. Depois, fui caminhar mais um pouquinho e tentar usar um dos computadores com internet grátis que havia pelo aeroporto. Detalhe: acho que havia umas quatro ou cinco máquinas espalhadas pelo aeroporto e só uma estava funcionando (!!!). Esperei uma moça acabar de usar essa única máquina conectada para ver alguns emails.
Da próxima vez, continuo com a narrativa do "Turismo de Aeroportos"...
Gente, vou escrevendo aos poucos, tá. E fora de ordem. Comecei as narrativas pela metade da viagem que fiz, mas, claro, contarei coisas também de antes "nos próximos capítulos". Se eu me obrigar a seguir uma ordem certinha, acabo não escrevendo...



Crédito da foto: eu batendo foto de mim mesma num dos banheiros do aeroporto de San Salvador.
Crédito da foto do refri: http://charrete.net/meleca/19/

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Kleiton e Kledir: show nota 100 na Expotchê

Essa dupla de gaúchos fez mais um belíssimo show no palco da Expotchê, este final de semana, aqui em Brasília. Hoje estava tentando contabilizar o número de shows que já assisti da dupla, ao longo destes anos...acho que foram em torno de dez. Mas quem disse que a gente enjoa? De jeito nenhum! Parece que quanto mais a gente assiste a esses guris ao vivo, mais quer assistir...é um vício...ou um "feitício", como eu disse uma vez ao Kleiton. Sou meio suspeita para falar do trabalho deles, mas vou enumerar aqui alguns motivos concretos para explicar porque gosto de suas músicas: as vozes dos dois se complementam de maneira bem harmônica, suas canções falam ao coração da gente, eles conseguem aliar a "gauchez" ao universal e a maioria delas são diferentes entre si. Coisa que valorizo muito numa época em que vários artistas simplesmente produzem letras diferentes em cima de uma mesma melodia, praticamente. Além disso, os arranjos são muito bem feitos. Isso sem contar a presença de palco deles, a natural comunicação com o público nos shows...

Esse show do sábado ainda teve a presença ilustre do Zé Flávio do Almôndegas, grupo onde Kleiton e Kledir começaram sua carreira.

A boa energia era tanta, que eles brilhavam até sem as luzes coloridas do palco...


Aqui uma homenagenzinha especial pro Kleiton que é o "grande culpado" pelo fato de hoje eu ser uma estudante de violino... desde o início ele sempre me apoiou e me deu boas dicas, coisa que não é qualquer um que faz... Obrigada, Kleiton!!!( Ah, quem me dera um dia tocar pelo menos metade do que tu tocas, tchê!).


Crédito das fotos: Eu mesma.
Site da dupla: http://www.kleitonkledir.com.br/