domingo, 28 de junho de 2009

Escalando o Wayna Picchu

Ainda estamos em Cusco, antiga capital do império Inca. Chegamos aqui dia 23. Na véspera, indígenas tentaram tomar o aeroporto da cidade, imaginem o receio que sentimos ao aterrissar aqui. Por sorte chegamos sãos e salvos. Cusco continua cercada por paros nas estradas, o que já está deixando a cidade sem combustível e fazendo com que subam o preço de várias coisas (aliás, isso é assunto pra outro post...). Ainda bem que voltaremos a Lima por avião.

Nossa última aventura (aliás, do Humberto, do Rui e do Leonardo, um brasileiro que conhecemos nesta viagem, na Bolívia) foi subir ontem o Wayna Picchu, montanha principal de Macchu Picchu (a partir daqui Humberto narra a experiência neste texto...).



Para quem nunca subiu o Wayna, o início do caminho faz parecer que a coisa é pior do que se pensava ao se olhar a montanha de fora, porque primeiro se desce alguns bons metros, para depois começar a subida de verdade. O caminho é complicado, com degraus bem altos, mas a vista que temos a cada parada de descanso faz o esforço valer à pena, e nos impele a prosseguir até o topo. Lá em cima é que eu achei que passamos a correr um certo risco, pois não há mais proteções e as pessoas que sobem demoram a descer, causando um certo engarrafamento nessa área perigosa. A possibilidade de alguém (principalmente os malucos que ficam pulando de pedra em pedra, geralmente israelenses) esbarrar em outra pessoa e a derrubar passa a incomodar. Segundo o funcionário do parque que estava lá em cima, um japonês morreu assim há 3 anos...

Mas vencido o medo e o cansaço - 1 hora e 10 minutos subindo! -, a vista é fascinante e vertiginosa, em alguns pontos a montanha segue praticamente reta até a base, é fantástico! Já a descida é um pouco problemática por causa dos degraus estreitos que compõem o topo da estrutura, e pelo trânsito de pessoas que estão subindo e descendo. Por sorte o tornozelo que eu havia torcido caminhando por Macchu Picchu não fraquejou hora nenhuma, deu prá aguentar a dor e o inchaço (ontem, hoje está complicado, eh eh!), e chegamos sãos e salvos ao ponto de controle, onde fazem a contabilidade (você assina quando entra e quando sai, no final do dia eles devem ver se está faltando alguém...), apesar da subida final, aquela descida inicial da qual eu falei, porque nessa hora suas pernas já estão um caco!

Somando tudo, para mim valeu muito! Queria ter feito isso em 2006, mas não estava em condições... Agora sim, acho que posso considerar cumpridos meus objetivos aqui em Machu Picchu, se bem que ainda tem a Trilha Inca, não é, Silvana! ;-)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Alguns flashes andinos







Direto de Puno, Peru.
Acima, alguns flashes da cidadezinha de Copacabana, na Bolivia.
1. Eu e Humberto com o Lago Titicaca ao fundo, no entardecer do dia de meu aniversario.
2. A Igreja de Nossa Senhora de Copacabana.
3. Flagra de uma chola descansando proximo ao Lago Titicaca.
4. Cholas vendendo verduras e legumes em rua de Copacabana.
Agora ja estamos de volta ao Peru, descansando na cidade de Puno. Amanha pegaremos um voo para Cusco, em vez de onibus, pois a rodovia esta fechada devido a protestos de grupos indigenas. Como costumamos dizer no Brasil, o bicho esta pegando por aqui...
Queridos leitores deste blog, peco desculpas pela ausencia de acentos mas, de uma hora para a outra, o teclado aqui do netbook se desconfigurou...acho que ele tambem resolveu se rebelar. Prometo no proximo post resolver este probleminha.



domingo, 21 de junho de 2009

Direto de Copacabana, Bolívia

Nosso cotidiano diário de viajante está tão movimentado que fica difícil escrever seguindo uma ordem cronológica dos fatos. Comecei tentando fazer isso mas realmente não dá. De agora em diante vou hipertextualizar geral...

Agora, estou escrevendo do quarto do hostal onde estamos. Guardarei o texto num arquivo para "despejá-lo" no blog na próxima vez que passarmos em uma lan house ou que dermos a sorte de acharmos alguma Wi-fi dando sopa. Estou aproveitando um momento de intenso cansaço físico para botar em dia por escrito algumas de nossas aventuras.

A causa desse cansaço extremo foi que me "obrigaram" a subir duas montanhas hoje,logo no dia de meu aniversário. Paguei todos os meus pecados já cometidos e também, por antecipação, mais alguns que cometerei, tal o sacrifício. Para quem acha que estou exagerando, lembro que estamos a mais ou menos 3.800 metros de altitude e tanto eu como Humberto e Rui ainda estamos nos readaptando a essa condição geográfica e aos poucos nossos organismos estão deixando os sintomas do Soroche (mal das alturas) que nos incomodava desde Arequipa, no Peru, cidade com 2000 e poucos metros.Chegamos aqui com dores de cabeça e falta de ar. E eu ainda com náuseas e dor no ouvido esquerdo. Enquanto subíamos uma ladeira com os mochilões e mochilas para chegar ao Hostal, pensava que ia vomitar. Mas enfim, resisti bravamente. Quando chegamos aqui, me senti como um andarilho do deserto que vê um oásis: tirei às pressas o mochilão das costas e a mochila do peito, corri pegar uma caneca com chá de coca e me espalhei num dos sofás.


Enquanto Humberto e Rui pegavam as chaves dos quartos eu tomava com sofreguidão aquele chá como se fosse a coisa mais gostosa do mundo. O chá de coca ajuda a amenizar os sintomas do Soroche e do cansaço, o gosto não é lá essas coisas, mas seus efeitos são uma beleza. Quando terminei a primeira caneca, enchi uma segunda, sem dó nem piedade,mandei ver mesmo.No dia seguinte, por garantia, ainda comprei na farmácia o Soroche Pills, um comprimido que também promete amenizar os efeitos da altitude.

Sinceramente, achei que não seria capaz de subir as montanhas. Quando terminamos essas nossas travessuras de hoje e já estávamos de novo lá embaixo, quase não acreditei quando olhei para cima e vi a distância que percorremos tanto nas subidas como dentro da cidade, de uma montanha a outra. Para vocês terem uma idéia, subir uma simples ladeira da cidade já é cansativo. Imaginem ousar escaladas!Agora estou pensando de onde a gente tira tanta força para fazer essas estrepolias, mesmo com asma e problemas afins...

Isso ainda não descobri. Só sei que tenho muito carinho para com essa cidadezinha aqui da Bolívia. A grande pobreza material de seus habitantes contrasta com a magnífica riqueza cultural deste pueblito e de suas belezas naturais. Andamos por várias ruas de Copacabana observando o cotidiano de seu povo. Passaria horas a fio fazendo isso. Confesso que me encanta demais estar caminhando pelas mesmas calles que as cholas com seu modo de vestir peculiar (grandes saias, chapeuzinhos, mantas e longas tranças negras). Me encantam também as criancinhas de pele morena que mais parecem bonequinhas de tão encapotadas por conta do frio. Olho para a boa gente de Copacabana e fico a torcer e a rezar para que, com o passar do tempo, tenham uma vida melhor, menos sofrida e mais digna.

Quanto ao episódio em si de subida das montanhas, houve um fato ultra pitoresco no final que vou deixar para o Rui escrever. Aguardem!

PS: Escrito em Copacabana, Bolívia, em 20/06 e postado em 21/06 em La Paz, Bolívia.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Direto de Arequipa, Peru

Em Lima, comecamos o passeio de uma maneira bem light, caminhando por Miraflores, bairro de Lima bem policiado e vigiado por câmeras de seguranca 24 horas. Fomos almocar la pelas 4 da tarde,num restaurante de comida Chifa (chinesa com toque peruano, uma delícia!)e fomos muito bem atendidos por um garcom super simpático. Tudo isso calhou muito bem com nossa fome de leão provocada pelas 5 horas de voo no tal avião da TAM no qual nos deram para comer apenas um misto quente, um paozinho e uma micro salada de frutas com refrigerante e, horas depois,um micro pacote de amendoim com outro copo de refri. Rui até comentou que, antes de voltar ao Brasil, vai passar num supermercado para comprar seus mantimentos a fim de nao passar fome na viagem.

Depois, fomos passear no Shopping Larcomar, do qual podemos apreciar uma bela vista do oceano pacífico. Tomamos um café (que aqui está mais para chá-fé)por lá. Fomos com tanta "sede ao pote" que eu e Humberto queimamos nossas respectivas línguas. A do Rui ficou intacta, porque ele ficou só nos donuts.

Voltamos ao hotel e, à noite, fomos lá novamente nos encontrar com meus primos Alex e Sofia. Ficamos papeando num barzinho, e matei saudades tanto deles como do pisco sour, um dos drinks típicos peruanos.

Acabamos de tomar café da manhã agora. Na próxima vez que encontrarmos outra Wi-Fi por aqui, continuo as narrativas, que prometem!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Começando mais uma andança pela América!

Direto de Arequipa, Peru

Cá estamos eu, Humberto e Rui curtindo nossas aventuras peruanas. Amanhã faz uma semana que chegamos aqui e já temos um montão de coisas para contar, se a internet por aqui assim o permitir e também minha vontade de escrever.

Os fatos pitorescos já comecaram literalmente no momento que saímos do avião lá em Lima. Umas dez pessoas com máscaras olhavam para nós, pobres passageiros, em busca de pessoas com sintomas suspeitos da gripe porcina. Passei por esse potencial "comitê de fuzilamento sanitário" segurando minha tosse e fazendo cara de mulher saudável para evitar problemas.

Já no saguão do aeroporto, como o pessoal da TAM não havia nos entregado aqueles papéis da imigracão (aliás, que serviço horroroso da TAM neste vôo, mas isso fica prá um outro post...) para preencher durante a viagem, todos tivemos que fazer isso por lá mesmo. Não havia mais lugar para tanta gente por ali e resolvemos sentar no chão para preencher os nossos (!!!). Que vexame...


Bom, como a bateria do Laptop está acabando, fico por aqui. Da próxima, sigo contando mais de nossas aventuras. No momento, escrevo de um restaurante de Arequipa (hoje acabamos de almocar às 6 da tarde) e tenho de tomar minha sobremesa, que acabou de chegar!

domingo, 7 de junho de 2009

A diversidade peruana em 5 minutos!

O vídeo acima é um vídeo feito pela Promperu, mostrando um pouco da diversidade natural e cultural do Peru. Vale a pena assistir!

Uma breve aulinha de geografia: o Peru é formado por suas três grandes e bem distintas regiões: a Costa, na qual se localiza a capital, Lima; a Serra, palavra pela qual os peruanos humildemente chamam a região das Cordilheiras, na qual se localiza Cusco e Macchu Picchu; e a Selva (Amazônia). O estereótipo do Peruano aqui no Brasil é o do típico habitante da Serra, com aquelas belas roupinhas coloridas, mulheres de tranças negras longas, bebezinho sendo carregado nas costas com uma manta e muitas lhamas ao redor. Porém, a diversidade dos povos e das culturas lá é muito grande. Por exemplo, para vocês terem uma idéia, na capital, Lima, ninguém anda com roupas coloridas. Se alguém aparecer vestido assim lá no meio da rua ou está indo para alguma festa à fantasia ou é gente da serra em alguma feira de artesanato ou ainda algum turista estrangeiro desavisado vindo de Cusco usando as roupas típicas que comprou.

sábado, 6 de junho de 2009

Arrumando o mochilão

Enfim, tá chegando o dia...

Na madrugada de quarta para quinta-feira sairemos daqui de Brasília rumo ao Peru. Será um misto de viagem antropológica, histórica, de visitas familiares, aventuras e contrastes. A perspectiva é mais ou menos esta: passaremos em lugares que vão desde o nível do mar até uns 4 mil ou 5 mil metros, dependendo de que rotas tomaremos para irmos a determinadas cidades. Nossa viagem não está toda programada, algumas decisões serão tomadas ao longo de nosso percurso, dependendo do que possa ocorrer e também de nossa vontade. Não gostamos de grandes pacotes turísticos fechados. Só compramos pacotes pequenos locais, onde isso realmente se faz necessário, como é o caso de Macchu Picchu. Afinal, o Peru não combina com esquemões...é um dos países onde tudo pode acontecer. E onde muitas vezes você vê o impossível na tua frente, desafiando sua lógica e seus conhecimentos...

A amplitude térmica que pegaremos deve ser em torno de uns 40 graus, levando-se em consideração os lugares mais frios onde passaremos e os mais quentes. E dá-lhe própolis, limão y otras cositas mas para nos cuidarmos.

Vou ver se, durante a viagem, posto um pouco sobre nossas aventuras aqui no blog. Por agora, estou botando para lavar várias roupas de frio e lavando na mão outras tantas que não podem ir para a máquina, a fim de colocar tudo no mochilão. Afinal, detesto arrumar a bagagem de última hora. Fazer tudo com antecedência é bem melhor. Assim diminui a ansiedade.

Para quem está planejando alguma viagem, também de maneira independente, recomendo o site Mochileiros. Lá você encontra dicas interessantes e úteis de mochileiros brasileiros para se virar em todos os continentes. É muito bom!

Crédito da foto aqui.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Quero sugestões para voar tranquila!

Meu post de hoje é da série "Galera, o que eu faço?"
De tanto ouvir falar do acidente da Air France e das especulações em torno, comecei a ficar tensa, pois teremos que pegar um avião (aliás, dois) semana que vem. O que vocês me aconselham a fazer para ficar tranquilinha e feliz dentro dessa geringonça voadora? Geralmente o que faço é rezar muuuuito e viajar com os pés encostados em algum espacinho disponível debaixo da poltrona da frente. Quase nunca fico sentada com os pés diretamente no chão do avião.Assim, em caso de turbulências, sejam leves ou fortes, eu sinto menos o tranco. E sempre que possível, reservo a poltrona ao lado da janela, por incrível que pareça. Sou uma medrosa esquisita: preciso visceralmente da janela para me distrair vendo a paisagem. Além disso, procuro pensar bastante que o avião é o meio de transporte mais seguro que existe e no número de aeronaves que todos os dias decola e aterrissa mundo afora.

O que mais vocês me sugerem?


terça-feira, 2 de junho de 2009

Fico sabendo da diarréia do colega pela internet!

Outro dia resolvi dar um oi para um colega equatoriano pelo Google Talk. Ele não me respondeu e seu nome rapidinho entrou em offline. Horas mais tarde, chegou-me um email do dito cujo escrito assim:

TE ESCRIBIRE MAS TARDE, LA DISENTERIA ME LLAMA AL BAÑO QUE PENA.....HASTA PRONTO....UN ABRAZO FUERTE Y UN BESO.

Essa foi mais uma da série "Recebi mais informações que eu preciso".
Crédito da foto aqui.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Acho que vou passar horas embaixo do bloco de porrete na mão...

Este final de semana me veio um sentimento enorme de raiva. Sábado, ao chegarmos das compras, o zelador do bloco nos contou que havia um sujeito estranho rondando o prédio. O dito cujo, sabe-se lá como, tinha uma cópia da chave da nossa portaria. Ele entrou, ficou um tempo por aqui fazendo sabe-se lá o quê, num horário em que só havia gente em um dos apartamentos e para lá ele não foi. Fiquei com medo, pois penso que esse rapaz veio aqui para examinar as portas a fim de ver qual a mais fácil de arrombar e qual a melhor tecnologia para fazer isso.

Apesar de as nossas terem fechaduras triplas e termos alarme no apartamento, confesso que estou com muito medo. Se não tivesse tanta coisa a fazer, passaria um bom tempo lá embaixo do bloco dando uma de vigia do prédio. E de preferência, com um porrete na mão. Dias atrás invadiram o apartamento de outra prumada do prédio para roubar um computador. Meses atrás entraram no de nossos vizinhos de porta com um simples pé de cabra...

O bloco é pequeno, dificilmente teremos condições de pagar um vigia. O que faremos é instalar câmeras de segurança para tentar intimidar a ação dos bandidos e gravar as imagens do que possa acontecer por aqui. Para quem não conhece Brasília, uma dificuldade que temos em nossa cidade é a seguinte: muitos blocos residenciais tem várias entradas e não apenas uma...fica complicado controlar quem entra e quem sai dos prédios. Em outro bloco da quadra, graças à instalação dessas câmeras, conseguiram identificar um elemento estranho e a polícia pegou o dito cujo numa padaria próxima.

Para completar o sentimento de raiva, ontem pela manhã descobri que tentaram queimar o olho mágico da nossa porta da cozinha. Humberto acha que foi coisa de moleque apenas. Eu acho que, talvez, o sujeito do sábado tenha feito isso. Estou quase chegando ao ponto de perder o pudor e tentar armar um dispositivo de choque elétrico em nossas portas. Poderia ser um levinho, que não nos machuque quando porventura esquecermos dele, mas talvez suficiente para dar um sustinho nos ladrões...

Sei que muita gente por aí é contra, mas sou plenamente a favor que fizessem em vários pontos de Brasília o que fazem no bairro de Miraflores em Lima, capital do Peru, e em outros lugares pelo mundo afora. Nesse bairro, há várias câmeras instaladas em diversos pontos em plena rua, o que facilita muito o trabalho da polícia, que não tem como estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Entre a questão da "privacidade" e da segurança nossa e dos bens que a gente suou tanto com o trabalho para conseguir, fico com o segundo, sem sombra de dúvida. Aliás, quem não está fazendo nada de errado na rua não tem o porquê de se preocupar com a tal da "privacidade", não é mesmo?