sábado, 31 de julho de 2010

Voando sobre as favelas de Medellin



Enquanto não tomo coragem de subir para o Youtube alguns de nossos vídeos de viagem, "tomo emprestado" este que achei hoje sobre o Metrocable de Medellin, um dos meios de transporte massivos mais interessantes que já vimos e experimentamos. Já falei do Metrocable num post anterior, mas a coisa nos pareceu tão peculiar, moderna e, sobretudo, digna para com a população mais carente que resolvi "reforçar sua propaganda" aqui, mais uma vez.

Aos amigos e primos que me pedem para ver logo algumas fotos que tiramos na Colômbia no Orkut e Facebook, peço vossa paciência. Logo tentarei romper este meu "casulo preguiçal" e disponibilizar algum material imagético pelas vias anteriormente citadas...Claro que vou aproveitar várias fotos para meus futuros posts também. O que me dá preguiça atualmente nem é escrever, isso eu faço rapidinho. O "nó" está justamente em escolher as fotos para os textos...ai ai! Segundo Humberto, fizemos cerca de 1.600 fotos na viagem, isso fora os vídeos gravados que tenho até medo de contar quantos são. E isso porque não batemos foto de absolutamente tudo o que achamos interessante...

No fundo, isso é vontade de agarrar as culturas, as paisagens, os momentos com toda a força do fundo da alma. Vontade de agarrar e guardar bem lá no fundo para não perder. Para eternizar. Acho que descobri um dos motivos chaves de eu voltar tão cansada dessas viagens de mochilão. Além de nossas caminhadas infindáveis quase diárias e o esforço para se comunicar em outra língua todo o tempo, sinto essa gana louca de não querer perder nada, de querer ver tudo, de aprender coisas novas o tempo inteiro e devorar a realidade com todos os sentidos possíveis...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Hoy celebramos las fiestas pátrias de Peru


A foto acima foi Humberto quem tirou, no ano passado. Aí estou na janela da sala, segurando minha bandeira peruana. Lá no Peru a gente coloca a bandeira no alto dos prédios, das casas, em janelas, enfim, em vários lugares, no dia 28 de julho, dia da independência. Como sou um ser de dupla pátria, colocarei durante o dia de hoje (estou escrevendo de madrugada) novamente minha bandeira na janela. Não importa se ela ficará ali solitária, talvez até mesmo causando estranheza em algumas pessoas. Gosto muito desse gesto simbólico e não tenho vergonha de fazê-lo, assim como farei com a bandeira do Brasil no dia 7 de setembro caso eu esteja em Brasília nesse dia. Afinal, penso que bandeiras não são para serem utilizadas apenas em época de copa do mundo...

Graças ao receptor de satélite, podemos acompanhar a programação dos canais peruanos de TV aqui em casa (bendita invenção!). Agora é tarde, 2h33min da madrugada em Brasília (0h33min do Peru), mas daqui do quarto percebo que Humberto está lá na sala, também insone, assistindo a um desses canais....parece que hoje vão passar vários programas interessantes por conta da data, vou ver se consigo aproveitar um pouco e assim matar as saudades (ou ficar com mais?).

Peru, parabéns pelo seu dia! Que a independência de anos atrás sirva de inspiração para que outras tantas independências ocorram daqui para a frente em sua história!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

De volta da Colômbia, tentando retomar o ritmo

Pessoal, estamos de volta. Chegamos no sábado. O voo entre Bogotá e São Paulo foi ótimo, tranquilo, com a lua cheia iluminando o pouco de paisagem que via pela janela. Aproximadamente umas três horas seguidas de pura selva amazônica, isso eu já tinha contado na ida, mais duas horas e meia para completar o trecho: cinco horas e meia de viagem. Lembro-me que cochilei um tantinho e quando me despertei e olhei pela janela, a grande floresta já tinha ficado para trás: deu para perceber um céu bem enfumaçado, provavelmente pela longa ausência de chuvas de parte do Centro Oeste. Pouco a pouco, a neblina seca vai deixando de ser tão pesada e também a gente começa a observar a presença de algumas cidades e vilas com mais frequência.

Cheguei a duplamente viajar: além da viagem propriamente dita da "vida real", eu ficava "viajando" em minha imaginação, refletindo como esse ato tão comum para tanta gente, que é viajar de avião, na verdade é algo muito louco e transgressor...pois lá estávamos nós voando sentados em cima da linda amazônia colombiana e brasileira, em plena noite de lua cheia...pensava na imensa diversidade de animais, plantas e rios que deveriam existir naquela região. Pensava nas etnias indígenas que deveriam estar ocultas naquelas terras, pensava nas raras cidadezinhas que dava pra avistar da janela do avião e imaginava como deveriam ser vistas de perto. Enfim, eu estava presa naquela aeronave, espremida numa poltrona, quase sem poder me mexer devido ao reduzido espaço da classe econômica, sobretudo para quem cresceu além da conta, como eu. Porém, meu pensamento livre voava numa velocidade bem superior à daquele avião...

Chegando em Sampa, pegamos o voo a Brasília umas horas depois. Por incrível que pareça, a única turbulência grande da viagem foi na aterrissagem. Só não fiquei mais assustada porque já sabia que, geralmente, durante o dia, descer de avião por aqui é assim mesmo, a não ser que você aterrisse de noite, que costuma ser bem tranquilo, ou logo de manhãzinha. Uma vez vi um piloto comentar que isso acontece por conta de correntes de vento, coisa e tal, não lembro direito da explicação. Só sei que, quando a aeronave parou, fiquei numa felicidade incontida. Quase saí pulando e fazendo cambalhotas pelo corredor de tanta alegria...ninguém merece aqueles momentos de tortura.

Agora, pouco a pouco, estamos retornando ao ritmo normal. Este blog também. Aguardem mais narrativas colombianas por aqui.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Cartagena de Índias: programa "de índio"

De Bogotá (graças a Deus!)


Depois de um longo sumiço blogal, volto triunfalmente, com meus neurônios queimados já quase totalmente recuperados da sensação térmica de quase 40 graus lá da cidade de Cartagena. Definitivamente, não serviria nunca para morar em lugares demasiadamente quentes e úmidos. Com Humberto, acontece o mesmo. Não sou muito fã de ar condicionado, mas lá a gente dormia com ele ligado a noite inteira para conseguir dormir. Em nosso último dia em Cartagena, chegamos a correr pra um shopping e lá ficamos por horas olhando vitrines e comprando umas coisinhas no supermercado. Tudo isso pra escapar do calorão.
Pôr do sol: a praia é linda! A areia é estranha, os vendedores são um saco, mas o visual é demais!

Calor pra nós só é bom quando estamos dentro da água. Fomos à praia lá e curtimos legal, apesar da chatice dos vendedores. Tudo bem que isso existe em todo lugar, o pessoal que vende coisas na praia precisa sobreviver, coisa e tal...mas o que nos incomoda é a demasiada insistência deles, haja chatice! Conseguem ser piores do que os de Porto Seguro, aqui no Brasil. Teve um dia que, enquanto Humberto estava no mar, botei os óculos escuros (que ele havia comprado de um desses vendedores mais insistentes para se livrar dele) e fingi que dormia para ter algum sossego. Até que isso funcionou razoavelmente, fiquei bem mais em paz, mas acreditam que teve um vendedor que ficou me chamando em voz alta para oferecer a mercadoria dele mesmo eu estando oficialmente adormecida? Para me vingar, continuei assim e nem fiz menção de "acordar"...
Urubus no Parque Centenário - quase um depósito de lixo...

Sobre a cidade de Cartagena, ela é tombada pelo patrimônio histórico da UNESCO. Se não me engano, é considerado um dos maiores conjuntos arquitetônicos coloniais da América Latina e dizem que é o principal destino turístico da Colômbia. Antes de sair do Brasil ouvi tanta badalação em torno de Cartagena que, quando lá chegamos, eu e Humberto compartilhamos de um mesmo sentimento de decepção. O centro histórico de lá é, em grande parte, bonito sim, mas está muito largado. Várias ruas são sujas, muitas fedem a urina, outras a esgoto, outras conseguem ter os dois odores ao mesmo tempo, facilmente você encontra lixo espalhado em vários lugares, nem todas as casas estão bem conservadas. Para completar, não há escoamento de águas eficiente por ali, é só chover bastante que alguns lugares ficam encharcados. Quanto à parte nova da cidade, é normal, se parece com várias cidades de praia pelo mundo afora: cheia de prédios altos perto do mar. Nada demais. Porém, compartilha de um problema em comum com seu centro histórico: a falta de um bom escoamento de águas quando chove muito.
Inundações no campo de futebol ao lado das muralhas, e em rua próxima à praia, na cidade "nova" - isso 2 dias após a chuva mais forte...

Em suma: nossa impressão geral sobre Cartagena pode ser resumida por meio de uma cena que vimos enquanto caminhávamos à noite por suas ruas. Começamos a escutar uma música clássica em volume altíssimo, vinda não sabíamos de onde. Resolvi descobrir de onde vinha. Caminhando mais um pouco, olho para cima e descubro a origem: era de uma escola de ballet que ficava no segundo andar de uma daquelas casas coloniais. Sentimos uma baita "dissonância cognitiva": a leveza das meninas dançando ao som de uma bela música junto ao cheiro forte de xixi e esgoto que emanava daquela rua...
Placa "bem"indicativa, tanto do monumento quanto do seu estado de abandono, largaram até uma sandália por lá...

Enfim, se os colombianos não quiserem que Cartagena perca o título da UNESCO, as autoridades e também a população vão ter de dar uma ajeitada em várias coisas por lá. Uma verdadeira pena que esteja do jeito que está. Para mim, por enquanto, essa cidade é puro Marketing para gringos. Ou um diamante jogado numa lixeira...

Crédito das fotos: Eu e Humberto.

domingo, 11 de julho de 2010

Metrocable: solução diferente para o transporte público em Medellin

Uma das coisas que mais surpreendeu a gente aqui em Medellin foi o Metrocable, conjunto de vários teleféricos que transporta até oito pessoas numa cabine. Ele está interligado a linhas de metrô tradicionais, de superfície e se localiza em algumas favelas da cidade. Achei genial a idéia: além de ser uma opção de transporte prático para a população, serve também como atração turística, pois o visual lá de cima é lindo.

No primeiro tramo de Metrocable que a gente tomou, a gente se surpreendeu com a longa distância que ele vai cortando por cima das montanhas. Nesse, após a última estação, ainda havia outro tramo, para ir ao Parque Arví. Depois de passarmos pelas favelas, ainda havia um longo trecho no qual "voávamos" por cima de diferentes vegetações, até chegar ao Parque. Da outra vez que pegamos o Metrocable, pegamos um tramo que, em vez de apenas subir e subir, subia e descia, subia e descia. Nesse, cheguei a me sentir levemente mareada, pois, ao contrário do primeiro, a cabinezinha chegava a fazer um movimento levemente pendular que também me serviu como "momento nana neném": saí dele com um baita sono....

Lá de cima a gente via e ouvia tudo, esse tal de Metrocable parece um verdadeiro "Big Brother Alado": crianças brincando e gritando dentro das escolas e nas ruas, gente papeando, gente pegando ônibus, gente de bicicleta, cachorros latindo, motoristas buzinando, salsa tocando... Aliás, algumas casas ficam próximas demais da via de passagem das cabines, deu para a gente ver uma mulher varrendo sua casa, um senhor assistindo tv em sua sala, várias cenas do cotidiano. Penso eu que, se bobear, muita gente deve ter visto muito mais de dentro das cabinezinhas voadoras...

O custo para se andar de Metrô e Metrocable aqui é de 1550 mil pesos colombianos (COP), o que equivaleria a mais ou menos um real e sessenta centavos. No trecho que dá acesso ao Parque Arví (no qual "voamos" em cima das árvores para chegar a esse lugar) o bilhete custa o equivalente a 5 reais, aí já é essencialmente turístico.

Fiquei imaginando como funcionaria um Metrocable no Rio de Janeiro: quem sabe não funcionaria bem por lá também?

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Xalxa = xixi ao som de salsa...

Nesta viagem, já vivi algumas situações cômicas ao som de salsa. Uma delas foi no bus aqui para Medellin, mais para o final da viagem. Eu estava louca de vontade de fazer xixi, tinha esperança de chegar logo ao destino pois detesto usar banheiros de ônibus. A última vez que usei um desses no Brasil foi algo deprimente: o ônibus chacoalhava, estava correndo, e eu tentando me equilibrar naquela miniatura de banheiro me segurando nas paredes para fazer xixi. Uma verdadeira baixaria...no final, nem consegui descobrir onde era a tal da descarga.

Desta vez, como estava apertada demais, resolvi aproveitar um dos engarrafamentos já próximos a Medellin para me aliviar. Pelo menos não sofreria com o movimento do ônibus, mas apenas com o tamanho do banheiro. Entrei no dito cujo. Ainda estava limpo, o que para mim já foi uma grata surpresa. O engraçado é que estava rolando uma salsa no ônibus como som ambiente e quase tive um solitário ataque de riso naquele banheiro. Pensei o que poderia acontecer com alguém caso o veículo estivesse correndo e tivesse que dar uma freada brusca, já que o designer daquele WC  pôs o urinol (aquele negócio onde os homens fazem xixi)logo em frente ao vaso sanitário....ou seja, quem estivesse sentado (ou sobre) o vaso, não bastando estar se equilibrando, ouvindo salsa, tentando não encostar em nada e se concentrando na "saída", terminaria com a cara literalmente enfiada no dito cujo....

Fazer "xalxa", ou seja, xixi ao som de salsa, é um verdadeiro risco...

Mulheres, ajudem-me!


Ontem fomos visitar a Plaza Botero, na qual podemos encontrar várias esculturas feitas pelo próprio. São lindíssimas e, naturalmente, aproveitamos para fotografá-las. Quando fomos rever as fotos, Humberto soltou a "pérola" sobre a foto acima: "Botero é um artista inteligente, retratou as partes mais importantes do homem e da mulher nessas esculturas, ou seja, as partes que realmente interessam..."

@#$^@#$!!!!! POW!!!!TUM!!!!!PLAFT!!!!SOC!!!!

Caros leitores deste blog, as onomatopéias acima são referentes ao momento "colocar as coisas nos devidos lugares"...quem quiser saber como ficou o Humberto depois deste momento, aviso que ele está bem. Com um olho roxo e um braço dolorido, mas está bem... E não desistiu, diz ele que as onomatopéias foram os únicos argumentos que consegui arrumar contra sua observação...

Mulheres, preciso de argumentos mais convincentes, ajudem-me!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Em Medellin: descanso relativo para os pés

Do Parque de los Piés Descalzos, Medellin, Colômbia


Nossa chegada anteontem aqui em Medellin foi tranquila. Estávamos bem cansados depois de aproximadamente 9 horas de viagem de ônibus de Bogotá para cá. Atrasamos um pouco por conta de alguns engarrafamentos pouco antes de chegar em Medellin. Como era feriado aqui (dia de São Pedro e São Paulo), provavelmente havia muita gente voltando para casa ao mesmo tempo.

A viagem foi cansativa, mas bonita. Paisagens de encher os olhos, muitas subidas e descidas de montanhas. Em parte do trajeto, eu me senti muito em casa, pois passamos numa região parecidíssima com a da Amazônia central peruana, de onde é boa parte de meus parentes paternos. A única coisa que "pegou" foi o fato de nossas poltronas serem justamente em cima dos pneus traseiros do bus, o que nos deixou um pouco mareados no início da viagem. Aliado a isso, estradas cheias de curvas e alternâncias de altitudes...quase que nossos cafés da manhã foram embora pela janela, mas o mal estar foi passando com o tempo e tudo se resolveu sem precisarmos de bolsas plasticas de mareo ou "chamação de Raul".

Nossas primeiras impressões de Medellin são boas. É uma cidade mais organizada que Bogotá, com muita coisa para ver e fazer. Assim como a capital, Medellin está entre montanhas, só que boa parte dela está a mais ou menos 1.600 metros de altura. Alguns bairros são mais altos, dá pra ver em torno que há muitas casas nas encostas das montanhas. No topo destas, creio que se ultrapassa fácil os 2000 metros. Bogotá tem suas partes mais baixas a 2.600 metros, mais ou menos.

Em Bogotá, ficamos num hostal que se localiza quase no alto de uma ladeira. Aqui, pelo menos, estamos em um que está numa parte mais ou menos plana da cidade. Nossos pés agradeceram ao máximo, pois o dedo mindinho de meu pé esquerdo já tinha virado múmia de tão protegido por band-aids sobrepostos....

Crédito da foto: eu mesma. Panorama de parte da Praça Botero.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Estamos embarcando para Medellin

Do terminal de bus de Bogotá

Agora são 9h19min, horário da Colômbia (aqui são duas horas a menos em relação ao Brasil), e estamos esperando para embarcar às 10h num ônibus para a cidade de Medellin. A rodoviária aqui é ampla, arejada, organizada e limpa. As empresas maiores tem suas áreas próprias nas quais seus passageiros esperam os horários de embarcar. Gostei. Estou até postando agora graças ao wi-fi da "sala vip" da empresa. Detalhe: antes de entrar na rodoviária, geralmente as bagagens, tanto de mão como as pesadas, passam por detectores de metais.

A viagem a Medellin dura 8 horas. Devemos chegar lá no final da tarde. Depois conto como foi. Acima, duas fotos batidas pelo Humberto: na primeira, cá estou eu. Na segunda, está parte da "sala vip" tal e qual como a estamos vendo, aqui do ponto no qual estamos sentados.

Aguardem os próximos posts!

Até vuvuzela de ouro achamos no Museu!

Parece até perseguição...hoje fomos conhecer o Museu do Ouro aqui em Bogotá e encontramos algumas "vuvuzelas" feitas desse nobre metal por ali. Será que o som delas é mais agradável aos ouvidos por ser de ouro? Não sei pois, obviamente, elas não poderiam ser testadas por ninguém.

Humberto estava me lembrando que, na cosmologia andina, existe o chamado "inframundo", que vem a ser o mundo de dentro da terra. Então, ele teve uma brilhante conclusão: seriam as tais "vuvuzelas" de ouro objetos para permitir uma conexão a esse inframundo, já que esse negócio é "dos infernos"?

Crédito das fotos: Humberto

sábado, 3 de julho de 2010

Uma experiência antropológica futebolística na Colômbia

De Bogotá, Colômbia

Ontem, depois do almoço, procuramos um café para assistir ao jogo Uruguai X Gana. Não resisti, fiz algumas fotos tanto dos colombianos dentro do recinto como do lado de fora, torcendo pelo Uruguai. A solidariedade continental marcou presença ali. Eu e Humberto nos sentimos divididos, pois a princípio torceríamos pelo companheiro latinoamericano Uruguai, porém também pensávamos como seria lindo ter um país africano na final. 

De qualquer maneira, foi uma experiência antropológica interessante observar o comportamento dos colombianos perante um jogo sofrido como aquele. O café era ao lado de uma feira de artesanato e, cada vez que algum alvoroço era ouvido, várias pessoas brotavam de dentro dessa feira em direção à frente do café para ver o que se passava na partida. Momentos de tensão e alegria se alternavam. Nada muito diferente do que costuma ocorrer no Brasil, mas com um diferencial que achei ótimo: não vi sequer um exemplar daquele atentado auditivo horroroso chamado vuvuzela por aqui. Que paraíso! Aliás, com a derrota do Brasil ontem, o que fizeram com essas ditas cujas? Espero que pelo menos mandem para reciclagem para serem úteis de alguma forma.

No exato momento no qual escrevo está rolando o jogo entre Argentina e Alemanha. Confesso que me sinto meio dividida, pois, a princípio, torço para a Argentina, por uma questão continental.Porém, o jeito e as atitudes de Maradona e de alguns dos jogadores dessa equipe, que parecem se portar como os donos do mundo, não me agradam. Vejo umas colombianas aqui no hostal comemorarem ao máximo os gols da Alemanha e estou morrendo de rir. Alguns europeus que aqui estão ficam sem entender nada. Um deles ficou espantadíssimo ao saber que muitos colombianos torcem contra a Argentina pois, para eles, o contrário era óbvio...

PS: Acabou o jogo...pelo menos o Brasil perdeu apenas de 2 x 1...