sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Então se você não troca a foto no Facebook está contra a campanha? Como assim?


Pessoal, hoje resolvi transcrever aqui um pequeno texto que postei no Facebook. Lá, postei apenas a primeira parte, aqui desenvolvo o assunto um pouco mais.
Acho legal essa campanha de trocar as fotinhas de perfil no Facebook em favor da campanha contra a violência infantil (até tentei trocar a minha, mas o computador, a internet e o próprio Facebook não colaboraram comigo). Porém, daí a ficar rotulando quem não trocou de "estar contra a campanha", "ser omisso" ou até mesmo "pedófilo" é esquisito demais. Simplesmente a gente pode estar sem tempo de pesquisar uma fotinha pra botar aqui, ainda mais agora que o Facebook está lento demais... A vida não é 8 ou 80, pessoal. Cuidado ao rotularem os outros. E fica uma sugestão: em vez de botar a foto, ou além de botar a foto, que tal gastar uns 10 minutinhos mandando email e/ou telefonando para o gabinete de determinados deputados mais envolvidos com a questão? Manifestar é importante, não tenho dúvidas, mas mais importante ainda é AGIR, ou tentar AGIR. Afinal, quantas vezes a gente não gasta 10 minutinhos com coisas totalmente à toa?
É incrível como em pleno século XXI a cultura dos rótulos e dos estereótipos segue vigorando. A tecnologia se desenvolve rapidamente enquanto o pensar humano, em geral, continua meio estagnado e seguindo a linha do "8 ou 80". Muitos vão dizer: "Ah, mas isso acontece desde que o mundo é mundo e rótulos e estereótipos são inerentes ao ser humano". Tá, mas acredito que já temos instrumental filosófico e intelectual para romper com isso. A realidade é muito mais complexa do que se possa imaginar, não dá para ser analisada dessa maneira. Quanto mais busco desenvolver, a duras penas, meu espírito crítico, mais repulsa sinto a pensamentos do tipo "isso é totalmente ruim" ou "isso é totalmente bom". Não se trata de ficar "em cima do muro" em vários temas, mas sim de entender as raízes dos fatos, como eles de fato funcionam e a partir daí ter um pensamento autônomo.
Bem dizia meu querido professor Renato Hilário dos Reis lá na UnB, nas aulas do mestrado: "Tenham cuidado com o perigo do alinhamento automático...".

PS: Ai que saudade, querido mestre, dia desses acho que vou degustar uma aula tua como ouvinte pra matar as saudades, tá...

2 comentários:

Aline Mariano disse...

Ótimo texto Sil! Basear-se num pequeno detalhe para julgar os outros é totalmente hipócrita. É que as pessoas confundem fato com opinião e a preguiça mental, assim como o conformismo, não as deixam ir em busca de conhecimento. Por isso, só por verem que alguém não mudou a foto, a julgam... está alí, é fácil e cômodo. Ô tristeza de mundo.

Beijos!

Blog da web 2.0 disse...

Oi Sil, é interessante esse negócio das fotos no facebook. E assino os comentários da Marcia Witczak, a jornalista da agenda cultural do DFTV e olha o que ela mencionou sobre o assunto.

"Márcia Witczak
RECEBI MILHARES DE ALERTAS COMO ESTE (SOBRE FOTO COM DESENHO) Ano passado, houve uma campanha IGUAL, aqui, no facebook e cerca de uma semana depois, o pessoal de uma delegacia especializada em crimes contra crianças alertou que é desse modo, colocando caricaturas, que os pedófilos atraem as crianças na internet e recomendou que todos tirassem as fotos, porque isso estava dificultando a localização dos verdadeiros pedófilos. Descobriu-se, posteriormente, que a ideia para que todos trocassem as fotos tinha vindo de uma quadrilha de especialistas nesse tipo de crime virtual.
SINCERAMENTE... SE OS PEDÓFILOS USASSEM SÓ FOTOS PARA ENGANAR AS CRIANÇAS... A POLÍCIA TAMBÉM É TÃO OU MAIS ESPERTA DO QUE ELES... EU VOU DEIXAR O HORÁCIO AÍ MAIS UNS DIAS, MAS FICA AÍ A DICA: VIGIEM SEUS FILHOTES DE PERTO, CONVERSEM COM ELES E NÃO DEIXEM BRECHAS PARA OS CRIMINOSOS."

Bom eu entrei no facebook a menos de dois meses e não sei se ano passado isso ocorreu de fato. Mas na minha opinião, colocar ou tirar a foto é uma opção de cada um. E me poupem os q acham q não devo mudar ou que devo mudar a foto no perfil. No final quem decidirá isso serei eu.