quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

"A Paz é uma conquista coletiva" (Zilda Arns)



Ontem a notícia da morte da Dra. Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, me pegou de sopetão! Aliás, não só a mim mas a milhões de pessoas. Já estava meio embasbacada por conta do terremoto no Haiti, vendo tantas imagens de sofrimento e dor na televisão e na internet. Pensava em como um país tão pobre ainda tem de aturar mais essa catástrofe e, lá pelo meio da manhã, fico sabendo de Zilda Arns e de alguns militares brasileiros também mortos no terremoto.

Tive o prazer de conhecer pessoalmente Zilda anos atrás, numa de suas vindas a Brasília. Estávamos numa instituição no Gama, uma das cidades satélites do DF, na qual ela foi conversar com professores, voluntários e crianças. Eu estava fazendo umas fotos do evento e lembro-me que, em dado momento, ela estava fazendo uma série de agradecimentos. Não é que ela cita também meu nome por estar ali documentando a reunião?

Confesso que fiquei meio sem ação quando ela fez isso. Afinal, eu me sentia um nada ali, diante de tantas pessoas ali que "matavam um leão por dia" e levavam a instituição sempre em frente, apesar das dificuldades. E o que hoje me consola diante da ida de Zilda é que a semente que ela deixou aqui no Planeta Terra vingou e vem vingando com toda a força, salvando milhares de crianças da desnutrição e da morte. Vejo a Pastoral da Criança, que nasceu tão pequenininha lá na cidade de Florestópolis, no interior do Paraná, anos atrás, hoje como uma árvore imensa, tipo o cajueiro de Pirangi, lá no Rio Grande do Norte: enorme, com muitos galhos e muitos frutos! Essa Pastoral está presente em 42.000 comunidades pobres do Brasil e em 7.000 paróquias, com uma rede de 260 mil voluntários. Pouco a pouco, está se expandindo em vinte países: Argentina, Bolivia, Colombia, Paraguai, Uruguai, Peru, Venezuela, Guatemala, Panamá, República Dominicana, Haiti, Honduras, Costa Rica e México. Na África: Angola, Guiné-Bissau, Guiné Conakry e Moçambique. Na Ásia: Filipinas e Timor Leste.

Só agora, enquanto escrevo este texto, me dou conta de uma coisa: a forma como ela se foi traz uma carga simbólica fortíssima: no Haiti, país mais pobre da América Latina, junto com muita gente de lá, durante um terremoto, e em meio a uma missão humanitária...

Crédito da foto aqui.

* O título deste post é uma frase dita por Zilda em seu último discurso, lá no Haiti. A íntegra dele está no link da Pastoral da Criança.

2 comentários:

Anônimo disse...

Li um comentário muito bonito ,da Barbara Gancia , sôbre a Dona Zilda
Arns na Folha de São Paulo de hoje.
Dona Zilda fazia o bem , não olhava a quem e não tinha ego.Maravilhosa , exemplar.

jica

Ana Paula Pietroluongo - CRP 01/10839 disse...

Sil,
A gente postou um video do João la no nosso blog que vc vai gostar de assistir... passa lá!!

BEIJOS